17 jun 2024 | Beleza
Os cuidados com a pele, principalmente a do rosto, se tornaram um comportamento geral no contexto do pós-pandemia. A tendência de buscar por práticas saudáveis influencia a forma como o público vai consumir e agir em relação a marcas, produtos e comportamentos. Nessa busca por melhora na autoestima, surge a vontade de realizar procedimentos estéticos, sendo um deles o peeling.
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O tratamento estético, bastante procurado, consiste na descamação da pele para promover a renovação celular. Geralmente, as pessoas o realizam para tratar de cicatrizes de acne e manchas provenientes do Sol. O comportamento de cuidado com a pele é ainda mais reforçado por meio das redes sociais, plataformas em que criadores de conteúdo compartilham suas rotinas de beleza.
Em entrevista à Plataforma MT, a dermatologista Carolina Muratori desmistificou o procedimento e explicou sobre os cuidados necessários antes e depois de realizá-lo. A especialista falou, ainda, sobre o peeling de fenol, procedimento que ganhou fama nas redes sociais por entregar resultados surpreendentes após um árduo e longo processo de intensa renovação celular da pele do rosto.
Carolina pontua que existe uma diferença entre fazer o procedimento em peles brancas e negras por causa da possibilidade maior do aparecimento de manchas depois de realizado. “Pacientes com fototipo mais alto têm uma tendência maior a fazer hipercromia pós-inflamatória e também hipocromia. A avaliação cuidadosa da pele e o uso de tratamento pré-procedimento são essenciais”, pontua.
A hipercromia consiste no excesso de pigmentação após uma desordem resultante da produção excessiva de melanina, pigmento que dá cor à pele, olhos e cabelos. A consequência mais comum do problema é o surgimento de manchas escuras na pele. Já a hipocromia consite no aparecimento de manchas ou zonas de coloração mais claras que o tom normal da pele.
Segundo a especialista, são três os tipos principais de peeling classificados de acordo com o tipo de procedimento realizado. São eles o peeling químico, mecânico e a laser.
No peeling químico, são utilizadas substâncias químicas para promover uma esfoliação química, que causam destruição controlada das camadas da pele. Entre os ácidos que podem ser usados, existem o retinoico, o glicólico e o salicílico. O procedimento é indicado para tratar texturas e irregularidades na pele, acne, melasma e manchas de Sol.
Já no peeling mecânico, de acordo com a dermatologista, a abrasão da pele é realizada por um agente mecânico, como na dermoabrasão e na microdermoabrasão. Ele também é indicado para tratar as irregularidades da pele e em tratamentos que precisem de um procedimento mais superficial.
O peeling a laser é realizado para promover regeneração celular, produção de colágeno e renovação da pele. É utilizado um laser de maneira mais superficial ou profunda, dependendo do que está sendo tratado. Ele é ideal para atingir resultados significativos em tratamentos rejuvenescedores e, dependendo do laser, pode ser usado para o tratamento de cicatrizes de acne, linhas finas e até manchas de sol ou melasmas.
Como todo procedimento, existem benefícios e riscos que devem ser considerados ao tomar a decisão de realizar ou não o tratamento. Entre os benefícios do peeling, é posível chegar a uma pele com a aparência mais jovem e saudável, com melhora na textura, diminuição de manchas e hiperpigmentação, além da melhora em cicatrizes de acne.
Já sobre os riscos do procedimento, a especialista conta que eles serão diretamente proporcionais à intensidade do tratamento realizado. “Quanto mais profundo o peeling químico, por exemplo, maior a possibilidade de se ter efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais comuns são: vermelhidão e edemas temporários, hiperpigmentação ou hipopigmentação, infecções e cicatrizes, especialmente em peelings mais profundos”, explica.
Um procedimento de peeling químico que tem repercutido nas redes sociais pelos resultados é o tratamento que usa o fenol. Ele é indicado para pessoas que buscam o rejuvenescimento facial, apresentam sinais avançados de envelhecimento e para o tratamento de rugas e acnes profundas. Este procedimento atua de maneira intensa na pele e pode ser perigoso quando feito de forma inadequada.
De acordo com a doutora Carolina, ele deve ser feito apenas por profissionais capacitados a realizar este tipo de procedimento. “O peeling de fenol deve ser realizado por médico dermatologista ou cirurgião plástico que tenha formação e experiência para realizar esse procedimento, uma vez que é um procedimento complexo e de alto risco”, pontua.
Nem todas as pessoas que sentem algum desconforto com a própria aparência devem realizar um peeling ou qualquer outro procedimento estético. Existem questões que devem ser avaliadas por um especialista capacitado antes da tomada de decisão pelo procedimento.
“Antes de decidir realizar um peeling ou um procedimento estético de uma maneira geral, deve-se analisar as expectativas e os objetivos do tratamento, o tipo e a condição da pele, o histórico médico e condições dermatológicas preexistentes, os possíveis riscos e os efeitos colaterais do procedimento, a disponibilidade para os cuidados pré e pós procedimento e a experiência e a qualificação do profissional que realizará o procedimento”, pontua a médica.