16 maio 2020 | Entretenimento
O Festival Internacional de Cinema de Cannes não acontecerá “em sua forma original” em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus. O evento deveria ocorrer entre 12 e 23 de maio, mas foi adiado. Para matar a saudade da premiação, confira a lista de filmes brasileiros que se destacaram no Festival nos últimos anos.
Na edição de 2019, duas produções nacionais fizeram sucesso. Enquanto “Bacurau“, dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, recebeu o Prêmio do Júri, na Mostra Um Certo Olhar, o drama “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão“, de Karim Ainouz, saiu como o grande vencedor.
LEIA MAIS >> Festivais de cinema irão transmitir filmes de graça no YouTube
Seis filmes que são novidade no catálogo da Netflix para você assistir
As vitórias foram inéditas para o cinema nacional, mas os longas brasileiros não são completos estranhos do evento. Na realidade, o Brasil teve vitórias importantes ao longo das últimas 72 edições do festival. Relembre-as a seguir:
“O Cangaceiro“, do diretor Lima Barreto, foi eleito o Melhor Filme de Aventura, categoria hoje extinta no festival, além de ser reconhecido pela sua trilha sonora.
O filme acompanha Capitão Galdino, um cangaceiro temido no Nordeste. Um dia, em mais um de seus ataques, ele sequestra uma professora e pede uma recompensa por ela. Mas, quando se apaixona pela vítima, assim como seu companheiro Teodoro, as relações entre o grupo começam a se intensificar. A filme completo pode ser encontrado no Youtube.
O Brasil levou o prêmio máximo do festival, a Palma de Ouro, apenas uma vez, em 1962 com o filme “O Pagador de Promessas“, de Anselmo Duarte. Baseada na peça homônima de Dias Gomes, a produção acompanha Zé do Burro, um homem que faz uma promessa para uma mãe de santo na tentativa de salvar seu burro Nicolau: ter que dividir seu pequeno pedaço de terra entre os mais pobres e carregar uma cruz até a Igreja de Santa Bárbara, em Salvador.
Quando seu pedido é atendido, Zé faz de tudo para cumprir sua promessa, mas a tarefa é mais difícil do que parece, já que todos tentam se aproveitar da sua inocência para garantir seus próprios interesses. O filme está disponível na Globo Play.
Junto com o tcheco Vojtech Jasny, Glauber Rocha dividiu o prêmio de melhor direção em 1969 pelo longa “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro“. Indicada também à Palma de Ouro, a produção é internacionalmente conhecida como Antonio das Mortes, nome do protagonista da história que foi apresentado anteriormente em “Deus e o Diabo na Terra do Sol“. O filme está disponível gratuitamente no site Globo Sat Play.
Dividindo a vitória com a alemã Barbara Sukowa, Fernanda Torres foi premiada pelo filme “Eu Sei Que Vou Te Amar“, de Arnaldo Jabor, em que um casal revive em algumas horas tudo o que já aconteceu no seu relacionamento.
Mais de 20 anos depois, outra brasileira saiu com o prêmio. Em 2008, Sandra Coverloni foi eleita Melhor Atriz por sua atuação em “Linha de Passe“. Dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, o longa acompanha quatro irmãos que vivem na periferia de São Paulo e, sem o pai, lutam para conquistar seus sonhos. O título, uma clara referência ao futebol, faz alusão à ambição de um dos meninos, que vê na sua habilidade no esporte uma chance de melhorar de vida. O longa pode ser alugado na plataforma Google Filmes.
“Cinema Novo” saiu vencedor do Olho de Ouro, prêmio paralelo que reconhece o melhor documentário exibido no festival. Como o próprio título sugere, o longa discute o movimento artístico da década de 1960, mas sob a perspectiva dos autores Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos.
Empatado com o francês “Les Misérables“, “Bacurau” foi o primeiro filme brasileiro a conquistar o Prêmio do Júri, o terceiro mais importante do festival. O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles acompanha um pequeno povoado no sertão brasileiro que se despede da Dona Carmelita, um mulher querida que faleceu aos 94 anos. Mas, para a surpresa dos moradores, dias depois da morte dela algo estranho acontece: a comunidade de Bacurau some dos mapas. O filme pode ser assistido nos serviços de streaming Telecine e Google Play.
Na principal mostra paralela de Cannes, o drama “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” saiu vencedor. Dirigido por Karim Ainouz, o filme acompanha a vida de duas irmãs inseparáveis na década de 1950, no Rio de Janeiro. Enquanto uma sonha em ser uma pianista reconhecida, a outra quer encontrar o amor da sua vida. Forçadas pelo pai a se separar, elas assumem o próprio destino, sem desistir de se reencontrarem um dia. Para conferir a trama, confira a programação do Canal Brasil ou acesse o Google Play.