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Em cinco episódios, Marcel Canellas refaz toda a cronologia do incêndio

Além da série “Todo Dia a Mesma Noite”, lançada na Netflix e inspirada no livro de mesmo nome de Daniela Arbex, também está disponível na Globoplay uma série de cinco episódios sobre a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, que deixou 242 mortos após um incêndio em 2013.

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Dirigido pelo jornalista Marcelo Canellas, que apesar de ser natural de Passo Fundo, cresceu em Santa Maria, se formou em jornalismo pela Universidade de Santa Maria e foi amigo de infância de Mauro Hoffmann, um só sócios da boate, a série “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria” refaz toda a cronologia do incêndio, da inauguração da boate, em 2009, até a anulação do julgamento, em agosto de 2022.

Canellas entrevistou cerca de 30 pessoas, e totalizou 1,3 mil horas de material. Dentre os entrevistados, estão os irmãos Delvani e Jovani Rosso, sobreviventes do incêndio. Delvani foi salvo pelo irmão, mas na hora do resgate, Jovani não reconheceu Delvani. Só descobriu a coincidência dias depois. 

Jovani amarrou a camisa no rosto para resgatar outros sobreviventes. Puxava os homens pelo cinto e as meninas pelos cabelos, para não arrancar a pele deles. “Inalei tanta fumaça que perdi as forças. Antes de desmaiar, pedi perdão a Deus. Por milagre, acordei na calçada, minutos depois. Me olhavam com pavor. Como se estivessem vendo um monstro. Ou um fantasma. No hospital, me senti como um prisioneiro do meu próprio corpo. Para me comunicar com as enfermeiras, precisava piscar os olhos”, relata na série. 

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Canellas também entrevistou três ex-presidentes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). O atual presidente é Gabriel Barros, de 28 anos, sobrevivente de tragédia. Ele demorou oito anos para conseguir falar sobre o que aconteceu. 

A série “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria” já está disponível no serviço de streaming da Globo.

Assista ao trailer: