29 abr 2019 | Galerias
O Sistema Fecomércio, por meio do Serviço Social do Comércio do Ceará (Sesc-CE), organizou uma programação especial, na tarde de domingo (28), para homenagear os 180 anos do Dragão do Mar.
O evento iniciou com a saída dos jangadeiros na Praia de Iracema. Em seguida, aconteceram apresentações de grupos de reisado, coco e toré, além de cortejo dos maracatus. No total, 14 grupos, reunindo cerca de 700 brincantes, foram escolhidos a dedo para homenagear o líder abolicionista.
Para fechar com chave de outro, quatro artistas cearenses se apresentaram no show “Canções de Guerra, quem sabe Canções do Mar“: Calé Alencar, Edmar Gonçalves, Cyda Olímpio e Lorena Nunes escolheram um repertório especial para a grande noite.
Maurício Filizola, presidente do Sistema Fecomércio, foi um dos que prestigiou o evento e reforçou a importância da homenagem, até para que as novas gerações passem a conhecer a importância da história do jangadeiro. “Hoje comemoramos os 180 anos do nosso Dragão do Mar. Na realidade, nós temos que reforçar a luta, a liderança e a liberdade que esse grande líder trouxe para exemplificar o seu trabalho em prol de uma sociedade, em um momento tão difícil que era a escravidão em nosso País. O exemplo dele serve de parâmetro justamente para grandes líderes se espelharem, no momento de olhar para a sociedade e dá o exemplo de buscar realmente, através dessas lutas, fazer o máximo pelo seu povo. Esse é o grande legado do Dragão do Mar. Hoje nós temos que honrar essa grande liderança, que até hoje é um grande exemplo para o nosso Estado, para o Brasil e para os nossos povos. O Sistema Fecomércio, por meio do seu braço social, o Sesc-CE, quis trazer esse diferencial de mostrar a cultura e reforçar o nosso papel na sociedade”, disse, em entrevista ao site.
A diretora de programação social, Patricia Rinaldi, o diretor regional do Sesc/Senac-CE, Rodrigo Leite e o gerente de cultura, Chagas Sales Lima, também participaram da solenidade.
Dragão do Mar liderou movimento abolicionista
Foi em terras alencarinas que a história do tráfico interno de escravos do império brasileiro mudou de rumo, em meados de 1881. Sob a liderança do cearense Francisco José do Nascimento, também chamado como Chico da Matilde, os trabalhadores do mar paralisaram as atividades em recusa à embarcação de qualquer negro como mercadoria nos navios, fechando o porto de Fortaleza.
O movimento abolicionista ganhou força desde então e fez com que Chico da Matilde entrasse para a história como Dragão do Mar, liderança fundamental para tornar o Ceará a província pioneira a dar fim à escravatura.
Figura histórica, o cearense é reconhecido nacionalmente como herói da pátria, presente no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. É importante destacar que o dia 15 de abril marcou os exatos 180 anos de nascimento da personalidade.