Márcia Travessoni – Eventos, Lifestyle, Moda, Viagens e mais

“Nesse mundo de hoje, as pessoas cada vez conversam menos e discutem mais. Aqui é um grupo mais ou menos civilizado em que em vez de discutir, a gente tenta conversar, dialogar“. As palavras são de Paulo Elpídio, ex-reitor da UFC, ex-secretário da Educação do Ceará e por 18 anos pró-reitor da Universidade Cândido Mendes, no Rio. O currículo impressiona, mas é na simplicidade que o cearense conta para o GALERIA a história do grupo de amigos intelectuais (do qual faz parte) que se reúne todas as quartas-feiras na Livraria Cultura para compartilhar conhecimento. E o melhor de tudo: com respeito e afeto.

“Conversamos. Esse é um esporte hoje raro”– Paulo Elpídio 

“O companheirismo, a afinidade intelectual, o gosto pela leitura… Isso são idiossincrasias parecidas que fazem com que o grupo se torne coeso“, define bem o desembargador Fernando Ximenes, frequentador assíduo dos encontros, onde os participantes falam sobre política, economia, comportamento… mas essencialmente sobre livros, uma verdadeira paixão coletiva. As obras preferidas giram em torno de temas como filosofia, a Segunda Guerra Mundial, o 3º Reich Alemão e história em geral. 

“Gosto de cultivar as coisas do espírito” – Fernando Ximenes

Segundo o cientista político Agamenon Bezerra, a ideia de reunir os “amigos antigos” surgiu em 2010, cerca de 4 meses após a inauguração da Livraria Cultura em Fortaleza. Lugar de pertencimento para quem ama literatura e arte na cidade, o café da livraria é até hoje o ponto de encontro do grupo. “Nós começamos [os encontros], em grande parte, para homenagear o governador Lúcio Alcântara, que tinha acabado de sair do governo”, declara Agamenon, antes de revelar que ele, o médico João Alberto Gurgel do Amaral e Carlos Otávio Bezerra de Menezes foram os primeiros leitores a formar a roda de conversa em torno do ex-governador. 

“Existe uma harmonia muito grande” – Agamenon Bezerra

Com o tempo, o grupo foi crescendo e atualmente conta com cerca de 20 integrantes. São professores, desembargadores, advogados e outros personagens de grande riqueza cultural que reservam um tempinho na semana para cultivar, como bem expressa Fernando Ximenes, “as coisas do espírito”. Muitos já construíram carreira fora do Ceará e até mesmo fora do País, e cada um contribui a sua maneira para engrandecer o discurso do outro. Em tempos de intolerância e “achismos”, o grupo de amigos é exemplo a ser seguido.

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