23 set 2019 | Moda
É impossível se falar em moda brasileira e não lembrar do nome de Costanza Pascolato. Referência entre todos aqueles que entendem do assunto, ela celebrou, na última quinta-feira (19), os seus 80 anos de idade. Ativa como nunca, ela acaba de lançar o livro ‘A elegância do agora’, nele, a consultora de moda abre o coração, o álbum da família, fotos inéditas e compartilha momentos delicados e, claro, muitas dicas de elegância, que para ela vai muito além do vestir. Porém, apesar de falar da infância até os tempos atuais ela salienta: “não é uma biografia”.
Conversamos com Costanza, em um bate-papo exclusivo ao site MT Galeria, sobre diversos assuntos. Aos fãs cearenses, ela diz que ainda não sabe quando fará o lançamento de seu novo livro por aqui. Enquanto esse dia não chega, ela compartilha muita coisa bacana que só uma breve conversa com a ‘papisa da moda’ pode oferecer: aprendizado. Confira:
É mais uma vez, um guia para viver melhor e com estilo este período de grandes revoluções, por vezes assustadoras. Coloquei um pouco de minhas origens e descrevi antepassados para explicar que eu tinha mais é que me instruir e tentar viver de maneira interessante, atemporal e digna, como eles haviam feito em outros tempos.
Acho que expliquei no livro o que me parece mais bacana no comportamento de hoje, já aconselho a adotar regras do bem viver num período meio caótico, porque vivemos submergidos em informações, sem ter, muitas vezes, a capacidade ou cultura para digeri-las de maneira menos prejudicial. Uma espécie de guia de bom senso que já funcionou durante séculos em muitas culturas, e não vejo porque não funcionaria hoje.
As blogueiras, ou influencers, mais interessantes, expandiram seus conselhos ou informações muito além da moda ou beleza. Elas sabem que estilo de vida é o que orienta o estilo das imagens que elas divulgam. Elas são verdadeiras “escolinhas”, que levam mini conhecimentos do dia a dia ou de maneira de viver ou pensar ás suas fãs.
O termo “papisa da moda” foi inventado por Joyce Pascowitch em sua coluna para a Folha de São Paulo nos anos 1990. Talvez por minha longevidade. É lógico que eu gostei. Entretanto isto não influencia a maneira como me comporto. Eu me visto primeiramente para mim mesma. É claro que a fórmula que adoto hoje é bastante linear e parecida, porque tenho que levar em conta as mudanças do meu corpo. Sou magrinha, mas cadê minha cintura? E o busto? Enfim, faço com que estas dramáticas mudanças físicas não me aborreçam. O que eu faço, sim, é pensar, em que ambiente vou estar com aquela roupa, as pessoas que vou encontrar para me adaptar da melhor maneira possível, sem deixar de adotar detalhes ou acessórios que revelem a atualidade do meu look. Afinal sou uma profissional da moda.
Isto me faz pensar que tenho menos anos para viver do que já vivi. Então quero fazer escolhas que me permitam viver da melhor, e mais feliz, maneira possível, estes anos que virão.
O assunto é da maior importância e deve ser tratado com a maior delicadeza e conhecimento. Afinal o que leva ao suicídio é uma infinita depressão. Prefiro não comentar aqui, pois não o poderia fazer com a devida seriedade e profundidade.
Tenho a sorte e o privilégio de ter três consultorias, muito diferentes umas das outras, além de mensalmente escrever uma coluna na Revista Vogue.