22 ago 2022 | Notícias
Ela protagonizou a abertura da trama de José Louzeiro e Wilson Aguiar Filho, exibida na extinta TV Manchete
Em 22 de agosto de 1988, pela primeira vez uma mulher transexual apareceu em uma novela brasileira, a “Olho No Olho”. Cláudia Celeste, que morreu em 2018, protagonizou a abertura da trama de José Louzeiro e Wilson Aguiar Filho, exibida na extinta TV Manchete. Comemorando a data, o Doodle, a forma de o Google prestar sua homenagem e se posicionar diante de algum acontecimento marcante, reverencia a artista.
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Ela ganhou e organizou muitos concursos de beleza, e também foi cantora, dançarina, diretora, produtora e autora. Apesar dos obstáculos e desafios que enfrentou, Celeste se tornou uma figura inspiradora que abriu as portas para futuras gerações de talentos transgêneros e LGBTQ+ no Brasil.
Carioca de Irajá, na Zona Norte, Cláudia Celeste começou a explorar a identidade e talentos enquanto estava no exército. Depois de servir, ela se formou em beleza e se tornou cabeleireira em Copacabana, Rio de Janeiro, aos 20 anos.
O primeiro grande espetáculo da artista foi “O Mundo é das Bonecas”, em 1973, no Teatro Rival, na Cinelândia, local de grandes espetáculos, que já teve gestão de Ângela e Leandra Leal. Produzido por Américo Leal, o show de travestis foi o primeiro a obter uma licença do governo, depois que foram banidos pela ditadura militar em 1969.
Em 1976, Celeste decidiu concorrer no concurso Miss Brasil Pop e venceu o concurso. Um ano depois, o diretor Daniel Filho assistiu à revista “Transetê no Fuetê” e resolveu incorporar um número do espetáculo na novela “Espelho Mágico”, da TV Globo, sem saber que Cláudia era travesti.
A atriz contracenou com a mocinha Sonia Braga. Sua participação na novela, no entanto, foi cancelada depois que a imprensa celebrou a primeira travesti na TV. Vale lembrar que anos depois, em “A Dona do Pedaço”, a participação de atriz trans Glamour Garcia foi celebradíssima, com louvor.
Com o fim do governo militar, Cláudia Celeste não apenas conseguiu participar de “Olho No Olho” do início ao fim, como foi a primeira transexual a completar uma novela no país. Fora da televisão, teve a oportunidade de estrelar peças e filmes, viajando para a Europa em casas de espetáculos. No Brasil, casou-se com o bailarino Paulo Wagner, com quem contracenou em diversos espetáculos.