30 jan 2023 | Notícias
Amorfas, Lohr Mesquita e Sol Duarte são artistas transgêneros cearenses entre tantos potentes
Janeiro é o Mês da Visibilidade Trans e, para celebrar essa data importante e necessária, o Site MT abre espaço para três artistas transgêneros cearenses falarem sobre suas obras. Veja abaixo alguns nomes entre tantos potentes:
LEIA MAIS >> Arte cearense em ebulição: Azuhli, Berin e Cadeh Juaçaba abrem novos caminhos criativos
Baile da Vogue 2023: tudo o que já sabemos sobre a festa
AMORFAS é uma artista transdisciplinar, travesty, atriz, realizadora audiovisual, diretora de arte e graduanda em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará. Sua pesquisa e criação é contaminada pelo vídeo, performance, gifs, colagem de imagens e colagem sonora, experimentando tecidos como suporte para imagens. Fabulando narrativas fragmentadas, opacas e não-lineares, por meio de instalações e criação de espaços, texturas, projeções e mixagens.
A artista percebe na arte um campo potente de criação de vida para além dos projetos de morte que rondam o Brasil, insistindo na retomada de narrativa para que um outro imaginário contamine as imagens de violência e nos coloque em um outro momento.
Lohr Mesquista, mais conhecido como Viúva Negra, é artista soundmedia, DJ e produtor. Seu trabalho se perpetua na produção de espaços/vivências sonoras negrodescendentes, afroameríndias, ameafricanas, afrolatinas e LGBTQIAP+. Atua também como cyber ogan na Coletiva Negrada, DJ da Charme 2000, além de ser produtor executivo da Festa Crioula. Também é DJ do cantor Mateus Fazeno Rock e já tocou em selos como o Matraca Bass no Maranhão.
“Amo fazer o que faço e estou a todo momento pensando em como trabalhar pra minha comunidade. Fico muito feliz hoje de fazer parte de redes incríveis não só de trabalho, e sim de afeto. Consegui isso a duras penas. Fico feliz com os pequenos avanços que os meus e minhas tem conquistado, mas queremos mais”.
“Visibilidade não é suficiente. É importante empregar pessoas trans. É muito cansativo às vezes falar sobre isso. Mas que nos estejamos aqui abrindo portas para um caminho possível”,
comenta Lohr Mesquita.
A modelo Sol Duarte é a diversidade da mulheridade, travestir o seu corpo é a ocupação. O seu sobrenome já traz a vocação: Sol Duarte (Du-arte). Desde cedo, sempre se expressou como uma artista. Entre os seus principais trabalhos, estão desfiles para a marca Melissa, DFB Festival, além de casting para séries e novelas da Rede Globo.
“Ser artista e travestir no Brasil é uma longa jornada. Se você não for boa o suficiente você não tem vez, ou seja, temos que comprovar que somos duas vezes ainda melhor”,
afirma Sol Duarte.
O debate sobre os direitos LGBTQIA+ tem crescido constantemente, mas, dentro da comunidade, ainda existem questões que precisam ser debatidas. Comemorando o Dia Nacional da Visibilidade Trans, no dia 29 de janeiro, a população transexual e travesti reforça ainda mais as necessidades e descasos públicos que ocorrem com cada pessoa que faz parte da sigla “T”.
A data em questão foi escolhida em homenagem ao primeiro ato nacional organizado pela população trans e travesti em 2004, onde os manifestantes lançaram a campanha “Travesti e Respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos” no Congresso Nacional, em Brasília. Desde então, diversos eventos foram criados como forma de promover maior integração social de pessoas transgêneras.