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“Um criador de moda não precisa se ater apenas a roupas”; uma conversa com Alexandre  Herchcovitch sobre o novo momento de sua carreira

29 out 2018 | Notícias

Por Lucas Magno

Embaixador oficial da Haco, marca brasileira com 90 anos de história que desenvolve soluções em aviamentos para os mercados de vestuário, calçados, lingerie, tecelagem e acessórios, o estilista Alexandre Herchcovitch esteve em Fortaleza na última sexta-feira (26) para o Connect+, um bate-papo sobre tendências, novidades e sua experiência na empresa. Há 1 ano ele tem produzido tudo da À Lá Garçonne, sua marca, por lá. Além disso, tem entrado de cabeça na criação e participado da confecção de produtos que são vendidos para marcas de todo o país.

Em um bate-papo com a Equipe MT, ele falou sobre a parceria, o momento de reinvenção, a importância de ressignificar a moda e também sobre sua última aparição na São Paulo Fashion Week, onde ajudou o estilista Rafael Bueno, de apenas 16 anos, a estrear nas passarelas. 

Confira o papo:

Na última São Paulo Fashion Week você auxiliou, em parceria com a Haco e com o Luciano Huck, a projetar e garantir um desfile para o estilista Rafael Bueno, de apenas 16 anos. Como tudo aconteceu?

Eu recebo muitas cartas, muitas mensagens de pessoas, e uma menina do Rio de Janeiro chamada Raquel me mandou um texto dele. Ela falou: “você conhece a história desse menino? É parecida com a sua”. Então eu li, vi que ele começou a se interessar por moda com 12 anos, começou a costurar e modelar que nem eu, que também comecei com a mesma idade. Daí mandei uma mensagem pra ele pelo instagram, falei: “oi, aqui é o Alexandre, tudo bem? Eu tô indo aí perto da sua cidade, posso te visitar?”. Ele não acreditou muito, demorou um pouco pra me responder, mas respondeu: “pode, claro”. Daí eu marquei, falei: “avisa sua mãe que eu vou, deixa eu falar com a sua mãe”. Aí ele falou “não, minha mãe não sabe mexer no celular, ela não tem celular, é super humilde”. Daí eu fui na casa dele, vi que ele realmente tinha talento e todo esse interesse, e pensei: “preciso ajudar ele de alguma maneira, porque é tão raro e tão bonito você ter tanta certeza do que quer já com essa idade”. Aí eu liguei pro Luciano Huck, que é meu amigo, fiz essa introdução, pedi essa ajuda, e o Luciano falou “vamos levar essa história a frente”. Então o Luciano foi atrás deles, chegou lá de surpresa, equipou a casa dele com máquinas, e no final de tudo conseguimos que ele fizesse um desfile no São Paulo Fashion Week. Foi muito lindo e gratificante. 

Carol Schuh e Alexandre Herchcovitch no Connect+

A sua marca À La Garçonne foca, sobretudo, na ressignificação de peças que já tem uma história. Você acha que o futuro da moda está se encaminhando para garantir mais sustentabilidade? Por que? 

A moda foi a última indústria a falar e ter que pensar sobre sustentabilidade, porque o ciclo das roupas é bem complexo. São diferentes matérias primas que vem de vários lugares diferentes, então torna a confecção muito difícil. Existe muito resíduo, muito lixo de roupa. É muito consumo e muita jogação de roupa fora. Então a moda sempre resistiu muito pra falar sobre isso, só que agora não tem mais como. O meio ambiente já está dando suas respostas, estamos chegando ao limite. É mais do que necessário falar sobre ressignificação, sustentabilidade e uso de produção que já tá pronta. Isso é um dos pilares da minha marca, a À La Garçonne. 

Como tem sido a sua parceria com a Haco?

Tem sido ótima. Acho que quem cria, um criador de moda, não precisa se ater somente a criação de roupa. Ele pode e deve se reinventar. Ele consegue criar tecidos, aviamentos e muitas outras coisas. Então quando recebi esse convite, aceitei na hora. Nós estamos trabalhando juntos há quase um ano, e eu tenho entrado de cabeça na empresa para desenvolver produtos e lançar para o Brasil inteiro. Ano que vem vai ser lançado um book só de produtos que eu idealizei. Produtos em geral que qualquer marca pode usar. Acho que o público vai gostar. 

Você tem muita experiência no mundo da moda. Se você pudesse dar um conselho a quem está pensando em começar uma marca agora, o que você diria?

Acho que antes de começar a própria marca é preciso fazer estágios e trabalhar em outras empresas para se ter certeza de que para se realizar profissionalmente você realmente precisa ter a sua própria marca, ou se você não consegue se realizar na marca de outra pessoa. Eu tenho falado isso sempre, porque abrir uma marca hoje em dia é muito difícil e tem causado muitas frustrações. Estudar, criar experiências e analisar esse plano com cuidado antes de executar é o melhor que você pode fazer por você.

Fotos: Alex Campêlo

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