7 jul 2023 | Moda
Tradicionalmente, essa semana proporciona verdadeiros espetáculos, com apresentações artísticas e coleções extremamente sofisticadas
A Semana de Alta-Costura outono/inverno 2024 de Paris chegou ao fim nesta quinta-feira (6). Foram 4 dias de desfiles mostrando o que há de mais luxuoso e exclusivo na indústria da moda internacional – isso porque apenas cerca de 4 mil pessoas no mundo inteiro são consumidores deste mercado.
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Tradicionalmente, essa semana proporciona verdadeiros espetáculos, com apresentações artísticas e coleções extremamente sofisticadas e peças pouco ou nada próprias para o dia a dia de várias grifes de sucesso.
Nesta edição, o protagonismo está no resgate por meio do íntimo da essência do segmento mais exclusivo e glamoroso da moda. Após algumas temporadas em que os shows reuniram episódios dignos de muito engajamento nas redes sociais, as marcas se direcionam rumo a experiências mais clássicas. Entre os destaques, estão o surrealismo conceitual da Schiaparelli; a inspiração aquática de Iris van Herpen; o drama paradoxal na estreia de Thom Browne; a homenagem ao estilo francês na Chanel; e as lingeries lúdicas da Viktor & Rolf.
Para a abertura da Semana de Alta-Costura, a grife Schiaparelli apresentou 30 looks da nova coleção fall/winter 2023/24, o estilista responsável foi Daniel Roseberry, que voltou às origens do surrealismo presente na história da maison.
O desfile aconteceu na segunda-feira (3), e, neles, podemos encontrar os detalhes que fazem referência à arte surrealista de Dalí, ao tom de azul criado por Yves Klein, às paletas de cores das pinturas de Joan Miró e as esculturas de Giacometti. O azul foi a cor que mais chamou a atenção nesta coleção, cuja paleta também é composta por preto, branco e dourado.
Mergulhada em tom de crítica às emergências climáticas da atualidade, a estilista apresentou sua coleção de inverno 2023 com inspiração aquática. A holandesa fala de um futuro em que países ficarão parcialmente submersos na água. Como já virou sua assinatura, ela brinca com a brutalidade de linhas retas e a suavidade do movimento de penas e tecidos.
A estreia de Thom Browne na alta-costura foi um dos momentos mais aguardados para esta temporada da semana de moda. Com ar dramático e até sombrio, a coleção é concentrada em uma aura cinza, preta e branca. A paleta ultrapassou as roupas e permeou todo o cenário, na Ópera Garnier de Paris.
A marca que celebra o seu 20.º aniversário, este ano, participou pela primeira vez do evento e mostrou dramatismo, silhuetas exageradas e muitos detalhes de alfaiataria. Não faltaram conjuntos em tweed, saias plissadas e casacos compridos.
Em um desfile repleto de leveza, às margens do rio Sena, a diretora criativa da Chanel, Virginie Viard, apresentou a coleção de alta-costura outono/inverno 2024 da maison em Paris, na terça-feira (04). Como um retrato sensível da mulher parisiense idealizado pela marca, Virginie personificou a atriz e cantora Vanessa Paradis na coleção sensível e ousada.
Essa nova coleção celebra clássicos da marca brincando com contrastes e equilíbrio, força e delicadeza: tweed X chiffons, rendas X organzas, motivos florais X gráficos, masculino X feminino como em uma série de metáforas traduzindo a parisiense sensível e ousada.
A coleção Embodiment, comemora 30 anos de história da grife Viktor & Rolf. A marca define a trajetória em “glamour conceitual, beleza espetacular e alta-costura provocante de forma inesperada”. A coleção desenvolvida a partir de maiôs e biquínis – exceção foram dois smokings semelhantes aos usados pelos designers – passou a limpo momentos que marcaram a trajetória da marca, como deslocamentos de partes da peça ou a peça inteira, laços, esculturas de palavras, irreverência e um bom humor.
Além disso, as peças invertidas da última coleção, que viralizaram nas redes sociais, ganharam releituras em shape de lingeries.