26 abr 2024 | Moda
De Beyoncé à nova coleção da Misci, a tendência cowboy ganha novas interpretações com elementos contemporâneos do western e da vaquejada
Não é de hoje que a estética derivada do country marca presença nas passarelas e nas ruas. Entre idas e vindas, seu retorno mais recente foi em 2019, com as cowboy boots, que dominaram as redes sociais ao serem usadas por muitos famosos e influenciadores digitais. Entretanto, mesmo em 2024, a tendência continua sendo uma grande aposta ao mesclar peças clássicas do estilo western com elementos glamourosos e contemporâneas.
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Franjas, fivelas, botas, jeans, couro e estampas como o xadrez e o animal print são alguns elementos característicos do estilo. Nessa releitura, as peças podem ganhar toques de glamour, com modelagens mais modernas e muito brilho. Ou ainda, no cotidiano, trazer elementos pontuais no look e misturar com outros estilos e tendências para sair do óbvio.
Artistas da música são grandes inspirações para o estilo. Pioneira nos anos 1970, a cantora Dolly Parton é considerada um dos grandes ícones da música country e da moda, ao agregar cores, pedrarias e lantejoulas às tradicionais peças.
Atualmente, Beyoncé tem sido um dos grandes nomes vinculados à tendência, principalmente após o lançamento de “Cowboy Carter”, seu novo álbum, em março deste ano. A estética retrofuturista da cantora inicia com “Renaissance” (2022), quando ela passa a aderir o chapéu de cowboy e roupas prateadas em várias de suas produções.
Importante ressaltar o movimento de reivindicação de narrativas que surge com essas novas interpretações da estética. Em 2021, por exemplo, Beyoncé lançou a coleção Ivy Park Rodeo, com tons de marrom, corsets e jaquetas jeans, e estampa de vaquinha. Feita em parceria com a Adidas, a coleção homenageava cowboys e cowgirls negros dos Estados Unidos.
Já em janeiro deste ano, Pharrell Williams deu o que falar com a coleção outono-inverno apresentada no desfile da Louis Vuitton durante a Semana de Moda Masculina de Paris. Xadrez, chapéus, bordados, jeans, franjas, couro, bordados, pinturas à mão, e um aspecto envelhecido nas roupas foram alguns destaques na passarela.
Mais do que a inspiração no estereótipo do velho oeste, as coleções prestam um tributo aos povos nativos, com referências indígenas e do povo negro, importantes na história do oeste estadunidense.
No Brasil, a estética se fez presente em diferentes momentos das semanas de moda. Durante a São Paulo Fashion Week N57, por exemplo, a marca Patricia Viera aderiu à tendência de forma sutil, com mosaicos feitos em couros e muitas franjas nas peças inspiradas no Vale Sagrado dos Incas, nos Andes peruanos.
Já a Misci, na última terça-feira (23), apresentou a coleção “Tenda Tripa”, traduzindo a tendência western com uma leitura contemporânea da vaquejada e da riqueza cultural do Brasil. Inspirada nos vaqueiros interioranos, a marca de Airon Martin apostou na alfaiataria irregular, além de tiras, cintos e saias que referenciam às selas de montaria. A utilização de materiais sustentáveis como o biocouro e retalhos em jeans reforçam esse novo momento.