Márcia Travessoni – Eventos, Lifestyle, Moda, Viagens e mais

Em entrevista à Plataforma MT, o estilista cearense contou mais sobre o processo criativo
de criar um vestido para o casamento de Talita Travessoni e Raphael Teófilo

Com 12 anos de carreira, David Lee é presença marcante na moda cearense contemporânea. O estilista, que se debruça sobre a manualidade do crochê e a relação que a técnica estabelece com a modernidade e as raízes nordestinas, falou à Plataforma MT sobre seu primeiro vestido de noiva – feito especialmente para Talita Travessoni -, o processo de criação da peça e os planos da marca nos próximos meses. 

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Plataforma MT (PMT): Esse foi o seu primeiro vestido de noiva, certo? Como foi o processo de criação? Onde você buscou referências e inspiração?                                         

David Lee (DL): Sim, foi o meu primeiro vestido de noiva. Foi um desafio, porque estava fora do escopo das coisas que eu faço comumente. A Talita tinha uma referência de um vestido, então a gente já tinha um caminho bem delimitado. Como o vestido já tinha uma linguagem muito definida, eu não busquei tantas referências. Eu fui mais num lugar de solução de design, de apresentar respostas para o briefing. Então acabei desenhando duas opções. Apresentei a que eu mais acreditava, e de cara ela bateu o martelo. E a gente foi tirar isso do papel: fizemos logo uma prova com todas as partes do vestido. No meio do caminho, ela teve a ideia de fazer uma saia removível, para que ela pudesse depois aproveitar mais a festa, na recepção com os convidados. A saia longa foi feita em um crepe mais pesado, e a saia curta em musseline, um tecido bem mais leve.

PMT: Como rolou essa parceria entre vocês durante o processo criativo?             

DL: A Talita é uma pessoa de muita personalidade, então ela me brifou muito bem, já me deixou um escopo super especificado, até onde eu podia ir, e isso me facilitou bastante. E a gente cultivou uma amizade, o que também acabou sendo muito bom pro processo criativo – estar fazendo um vestido para uma amiga. A gente acabou adquirindo um carinho muito grande, então foi uma parceria muito muito gostosa.

PMT: Como a essência da marca se faz presente no vestido? Que elementos fazem parte da identidade David Lee?  

DL: A essência da marca no vestido estava primeiramente na técnica. A marca David Lee preza muito por isso, pela técnica, pelo fazer manual, pela costura. O vestido da Talita tinha uma linguagem minimalista, então o foco dele realmente era o material, a matéria-prima e a modelagem. Então acho que, primeiramente, a essência da marca estava nesse lugar. E indo para um campo mais literal e visível, o detalhe que ficava bem na frente, que fazia a composição da alça, era feito em crochê. Era uma trança bem delicada, em uma linha com brilho. O crochê é uma técnica que a gente usa muito na marca, e ele estava lá de uma forma mais literal, visível. Mas, de um modo geral, essa parte técnica também estava bastante presente. 

PMT: Você tem planos de lançar uma linha para noivas um dia?

DL: Não, não tenho planos de lançar uma linha de noivas (risos). Na verdade, foi um desafio fazer o vestido, porque foge um pouco do que eu costumo fazer. Mas eu, como designer, estou preparado para desenhar e fazer qualquer coisa dentro do campo do que se diz moda – linguagem-roupa. Aí eu aceitei, claro, ainda mais sendo para uma amiga muito querida, então eu fiz com o maior carinho. Mas não tenho planos de lançar uma linha de noivas.

PMT: Quais os próximos passos da marca? Alguma novidade vindo aí?    

DL: Existem algumas novidades, mas eu ainda não posso falar (risos). O que eu posso dizer é que a marca tem crescido bastante, e a gente tem ficado muito feliz e orgulhoso com os resultados. Tem surgido muitos projetos de assinatura, onde eu tenho assinado alguns projetos especiais. Inclusive, entregamos no final do ano uma linha de uniformes pro Hotel Luzeiros, que fui convidado a assinar. E tem surgido outros projetos nesse sentido, o que tem sido muito legal, poder observar o campo de moda ultrapassando a linguagem mais comum, que, no caso, seria o uso do dia a dia, e ir pra um campo mais funcional, que seriam os uniformes. A gente também está lançando um site novo, deixando mais interessante a compra do consumidor… E aí têm algumas outras coisas que, tendo oportunidade, logo logo eu posso contar.