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Corecon-CE promove bate-papo sobre abertura de capital como alternativa de financiamento

23 maio 2018 | Notícias

Por Lucas Magno

O Conselho Regional de Economia do Ceará realizou na noite de terça-feira (22) um bate-papo sobre abertura de capital como alternativa de financiamento. O evento aconteceu em um dos auditórios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e reuniu Geraldo Luciano Mattos, vice-presidente executivo da M. Dias Branco e membro do conselho de administração do Hapvida; Bruno Cals, doutor em administração pela Universidade de São Paulo e CFO da Hapvida e Ari de Sá Neto, fundador e CEO da Arco Educação, controladora do SAS e mestre em gestão de negócios no MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Antes da palestra em si, houveram duas apresentações de música de um professor e de um aluno, Rafael e Caio, respectivamente, da Casa de Vovó Dedé, uma instituição sem fins lucrativos fundada em 1993.

Lauro Chaves Neto, presidente do Conselho Regional de Economia, foi o moderador da palestra e abriu o evento reforçando que o tema é um dos mais relevantes para o desenvolvimento das nossas empresas. Ele apresentou os palestrantes e pontuou que os três dariam pontos de vistas diferentes, já que a M. Dias Branco abriu há 12 anos o capital, o Hapvida abriu capital na Bolsa de Valores em abril, há menos de um mês, e o Ari de Sá Neto está se preparando para essa fase, ao lado de um sócio internacional.

Antes da palestra, um professor e um aluno da Casa de Vovó Dedé se apresentaram no auditório Fotos: Jacqueline Nóbrega

Geraldo Luciano foi o primeiro a falar e relatou com expertise sua experiência dentro da M. Dias Branco. “A história da M. Dias Branco já é bem conhecida, mas acho importante fazer algumas colocações pra vocês. Me perguntaram se a empresa na época, há 12 anos, tinha aberto o capital por razões financeiras. Eu expliquei que, em tese, apesar de o mercado de capitais servir de forma muito eficiente a esse propósito, de trazer recursos estáveis para as empresas que querem crescer, no caso de M. Dias Branco não era essa a razão principal da abertura. Em 2006, a empresa tinha condições de financiar seu crescimento com recursos de bancos de desenvolvimento e taxas bastante interessantes. A nossa atividade também é muito geradora de caixa. Então qual era a razão principal? Naquele momento, o que se viu, o que o acionista controlador viu, e com muita felicidade, ele antecipou-se a tudo que viria a ocorrer depois. Ele viu que era uma oportunidade de preparar a empresa, perpetuar a empresa, independente de quem estivesse à frente da gestão dos negócios, pois nós poderíamos ter um modelo de governança, de gestão e facilitar o crescimento da empresa”.

“Uma das grandes vantagens da abertura de capital é que você passa a ter uma cobrança externa muito grande. Você tem que apresentar bons resultados a cada trimestre e tem que ter até cuidado para que essa obsessão pelo curto prazo não faça com que você não tome as decisões mais importantes, para que a empresa cresça a médio e longo prazo. É importante ter uma estratégia bem definida”, completou.

O palestrante ainda reforçou que depois do sucesso da abertura de capital do Hapvida, pelo menos três empresas o procuraram para discutir sobre o assunto. “É uma das melhores decisões que qualquer empresa pode tomar”.

Bruno Cals foi o segundo a falar sobre sua experiência. Ele anteriormente já tinha trabalhado na M. Dias Branco, onde começou como estagiário. O executivo ainda reforçou que Geraldo foi seu principal mentor durante sua trajetória profissional.

“Se o Brasil continua nesse ciclo de busca da estabilidade econômica, que a gente crie patamares suficientes para o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiros. A gente não terá outra alternativa se não acessar o mercado, a gente empresa, para se financiar. Seja financiamento de dívida, seja o financiamento de capital próprio, que é o caso do IPO”, iniciou o palestrante.

“O Hapvida tem uma grande missão dentro de sua filosofia de negócios que é o acesso a um serviço de qualidade com um baixo custo. O objetivo da companhia é ter um preço competitivo no mercado e poder fornecer serviço de qualidade para os usuários do plano de saúde. E ela faz isso através de seu modelo de negócio verticalizado, onde boa parte dos procedimentos que são desenvolvidos para os nosso beneficiários ocorrem dentro da nossa própria rede de atendimento. Com isso, a gente consegue ter controle de custos e da qualidade do serviço. Essa é a grande filosofia da companhia. E foi uma filosofia que foi muito bem aceita no mercado de capitais. A ideia da empresa é fazer o financiamento da sua expansão futura, e é pra isso que ela foi ao mercado”.

O executivo ainda destaca o grande benefício da abertura de capital. “Não é só você evoluir e ser naturalmente levado a sua evolução no que tange a governança corporativo, porque a governança é sempre evolução. Mas também com essa participação importante do mercado, que é a cobrança dos resultados e a elaboração e execução do plano estratégico do negócio da companhia”.

Sócio internacional

Por fim, Ari de Sá Neto falou da importância da entrada do fundo de investimento norte-americano General Atlantic como acionista no SAS. O executivo também contou ao público, que lotava o auditório, sobre a trajetória da sua família dentro do segmento da educação.

“A gente tem experiência como companhia de ter atraído um fundo, mas não deixa de ser um treino. Digamos que a M. Dias Branco e o Hapvida correram uma maratona, e a gente correu uma corrida de 10k”, comparou, com muito bom humor.

“O SAS começou no ano de 2007, lastreado em mais de 50 anos de experiência em educação. Meu avô, Ari de Sá Cavalcante, era um educador, um professor. Morreu muito cedo, aos 49 anos. Meu pai, Oto de Sá Cavalcante, tinha 21 anos, e começou nesse momento a carreira de educador, de empreendedor e construiu uma bela escola”.

Ele contou que em 2014 foram procurados por uma série de fundos de investimento que estavam vendo o crescimento da empresa, naquele primeiro momento, no Nordeste.

“A gente firmou uma parceria, recebeu um aporte da General Atlantic, que é um fundo americano que tem 20 bilhões de dólares sob gestão em participações em empresas de tecnologia do mundo inteiro, como Uber, Google e Airbnb. A gente se tornou sócio deles e começa um novo ciclo. Fazendo uma reflexão quatro anos depois, considero que muito mais do que o recurso financeiro propriamente dito, eles foram o que o americano gosta de chamar de ‘smart money‘. Eles trouxeram um aporte de conhecimento, expertise, governança, disciplina… desde a constituição de comitês, orçamentos, conselho de administração, pensar maior, pensar na tecnologia de educação que está sendo desenvolvido na China e nos Estados. Tudo isso foi um grande diferencial que esse sócio nos trouxe”.

“Obviamente nas questões mais básicas do dia a dia, desde que eles entraram, a gente já fez onze aquisições, tentando aí seguir o caminho dos nossos colegas, buscando consolidar esse mercado. É um mercado muito fragmentado. Para fazer essas 11 aquisições, esses recursos foram importantes, nós somos extremamente conservadores. As habilidades necessárias pra fazer essas onze aquisições e as integrações foram decisivamente contribuídas pela General Atlantic”, completou.

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