13 fev 2025 | Notícias
Na última quarta-feira (12), a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) foi palco da primeira reunião entre a Prefeitura de Maracanaú e representantes da iniciativa pública e privada. O encontro discutiu estratégias de inclusão e emancipação social da população do município, contando com a participação de Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC, e do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa.
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Buscando tratar das adversidades enfrentadas pelo município, como a falta de mão de obra qualificada e a vulnerabilidade socioeconômica de parte da população, a discussão propôs unir a atuação e o conhecimento da Prefeitura de Maracanaú com as Federações da Indústria, do Comércio e do Transporte (FIEC, Fecomércio e FETRANS), as universidades, e instituições como Sebrae, Banco do Nordeste, Associação dos Jovens Empresários e Fundação Demócrito Rocha, para a formação de um grupo de trabalho.
Assim, serão planejadas e executadas ações com foco em empreendedorismo, qualificação profissional, acesso ao crédito, cooperativismo e superação da vulnerabilidade no município. O foco dos esforços não seria acabar com benefícios sociais, como pontuou Ricardo Cavalcante, mas oferecer outras oportunidades para as pessoas que dependem de programas de transferência de renda.
“O Bolsa Família tem que existir, porque não podemos ter ninguém desamparado no estado. Não podemos mais ter isso no Brasil, mas o que acontece é que todo projeto tem que ter uma janela de saída, então não é querer tirar o direito de quem tem, mas mostrar que a gente precisa do emprego, porque é em cima dele que se sustenta esse país, e mostrar que nós temos alternativas para a população na indústria, no comércio, nos serviços, na agricultura e nos transportes”, ressaltou Cavalcante.
Roberto Pessoa, prefeito de Maracanaú, destacou que o município tem uma grande parcela de sua população dependente de programas de transferência renda. A ideia seria tornar o município um projeto-piloto para reduzir a dependência do assistencialismo e inserir pessoas no mercado de trabalho formal.
“Nós temos 34.000 famílias no CadÚnico em Maracanaú. A gente quer que essas pessoas ganhem mais, fiquem independentes, tenham coragem de ousar. As pessoas não querem trocar o certo pelo duvidoso, então elas têm receio de ter uma carteira assinada por achar que vão perder o benefício. Porque esse é um projeto muito ousado, a cultura é muito forte, existem questões ideológicas no meio, mas a gente precisa se unir. Então Maracanaú se propõe a ser o laboratório para encontrarmos soluções para essa questão”, disse.
Para o Secretário de Inclusão Social e Cidadania de Maracanaú, Carlos Matos, o projeto pode ser uma ferramenta potente na redução da desigualdade socioeconômica na região.
“O município de Maracanaú decidiu acelerar o processo de mobilidade social, criando a Secretaria da Inclusão Social para gerar mais oportunidades para aqueles que hoje ainda dependem muito de programas sociais, oferecendo uma mobilidade social maior, empreendendo com maior qualificação, como uma forma de viabilizar trabalhos conjuntos. É uma aposta que reduz as desigualdades do município e gera não só uma ocupação, mas uma ocupação com mais qualificação”, afirmou.