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Karim Aïnouz revela detalhes sobre ‘Firebrand’, seu primeiro filme em língua estrangeira

2 ago 2021 | Entretenimento

Por Redação

O primeiro filme de Karim em língua estrangeira será estrelado por Michelle Williams (Foto: Divulgação)

Após ser ovacionado na 74ª edição do Festival de Cannes, com a première mundial do filme “O Marinheiro das Montanhas”, o diretor cearense Karim Aïnouz revelou que já está na expectativa para uma nova produção. Ele será o diretor de “Firebrand“, longa em que a atriz Alicia Vikander interpretará Catarina Parr, a última das seis esposas do rei da Inglaterra Henrique VIII. Será o primeiro filme de Karim em língua estrangeira. O projeto começa a ser rodado no início de 2022.

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O novo longa do cineasta cearense de 55 anos contará a história de Catarina que foi trancada em um castelo e tenta escapar do rei que já havia executado duas de suas outras esposas. Inclusive, o caso tornou-se conhecido pelo mundo inteiro e originou o mito do Barba Azul

“Eu fiquei intrigado com a personagem, é uma figura feminina forte, que sobrevive ao absolutismo despótico da época. Me interesso por figuras femininas fortes. No caso de Catarina Parr (a protagonista) o que me chamou atenção particularmente é forma como ela exerce um poder indireto e quase sem confronto e esse poder refinado, diametralmente oposto àquele exercido pelo monarca, acaba possibilitando-a a lutar por aquilo em que acredita e para sobreviver e prosperar”, afirma o diretor em entrevista ao Site MT.

O diretor está animado para trabalhar em um filme de “época”. “Falar do século XVI e transportá-lo para o cinema é quase como uma ficção científica, é outro mundo porque está tão distante no tempo, é outra a relação com o corpo, com a alimentação com o ambiente, só para citar alguns exemplos. Isso tudo torna uma arena muito interessante para se brincar no cinema“, reflete Karim, que já dirigiu longas como “O Céu de Suely” e “A Vida Invisível”, que ganhou prêmio de melhor longa na mostra Un Certain Regard, em Cannes, em 2019.

‘Marinheiro’ na Europa

Um dos grandes nomes do cinema nacional, Karim Aïnouz foi aplaudido por 15 minutos após a exibição do filme “Marinheiro das Montanhas” em Cannes, em julho deste ano. A produção fez parte como convidada da mostra Sessão Especial. “Foi no Festival de Cannes que eu estreei como cineasta, com Madame Satã, em 2002. Voltar para lá com um filme tão autobiográfico foi como voltar para casa, sempre fomos – eu e os filmes – muito bem recebidos. E esse carinho me dá uma alegria imensa”, comentou.

“Marinheiro das Montanhas” é um diário de viagem filmado na primeira ida de Aïnouz à Argélia, país em que seu pai nasceu. Com registros da viagem, filmagens caseiras, fotografias de família e arquivos históricos, o cineasta discute paralelos entre a história de amor de seus pais, a guerra pela independência argelina, memórias de infância e os contrastes entre a região de Cabília, no país africano, e Fortaleza, cidade natal do cineasta e de sua mãe, Iracema.

“Marinheiro das Montanhas” reúne registros da viagem, filmagens caseiras, fotografias de família e arquivos históricos (Foto: Divulgação)

“Esse filme teve o nervosismo a mais de colocar na tela grande coisas muito íntimas da minha vida, como as gravações da minha avó, da minha mãe … fotos do álbum de família … É curioso ver tudo isso em uma tela grande com centenas de espectadores. O calor dos aplausos do público me deu a certeza de que tudo valeu, foi surpreendente e maravilhoso”, disse o cineasta.

Em entrevista ao Site MT, Karim ainda revela que durante a gravação do documentário encontrou similaridades e diferenças entre os argelinos e os cearenses. “O povo argelino e o cearense têm a raiva em comum. É, como se diz no Ceará, dois povos bem arretados. Acho que isso para mim veio dos dois lados, uma raiva que se confunde com paixão pela vida e a incapacidade de desistir de qualquer coisa que se acredita”.

“De parecido vi também muita alegria e irreverência, na Argélia, muito diferentemente de alguns países europeus, por exemplo, existe um calor humano, uma vontade de se estar perto, de fazer sorrir, de celebrar a alegria … Isso sem dúvidas é muito parecido com Fortaleza e com brasileiros em geral. A diferença mais marcante que me vem à cabeça agora é que o passado lá é muito presente, a memória pesa e está muito em evidência. Acho que isso é bem diferente do Brasil. No Brasil, a gente tem uma obsessão com o futuro, com essa eterna promessa que demora a se realizar … O que é um problema pois ao ignorarmos nosso passado acabamos repetindo erros que poderiam ter sido evitados”, comenta o diretor cearense.

Cinema brasileiro em luto

Recentemente, Karim foi um dos famosos que usou as redes sociais para lamentar o incêndio que atingiu o galpão da Cinemateca Brasileira, localizado na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, na semana passada. A instituição é responsável pela preservação e difusão da produção audiovisual brasileira e possui o maior acervo da América do Sul. A perícia ainda apura o que foi consumido pelas chamas, mas especialistas já apontam perdas inestimáveis.

Pôster de “O Marinheiro das Montanhas” (Foto: Divulgação)

“Ainda doído pelo atentado que veem sofrendo a Cinemateca Brasileira. Andando nas minhas imagens por aqui percebi que ainda não tinha compartilhado o pôster o Marinheiro das Montanhas, filme que apresentei em Cannes esse ano. Esse foi um filme autobiográfico e por isso também quase uma ode ao ofício de fazer cinema, essa arte que me dedico há mais de 30 anos, que me alimenta em todos os aspectos, e que ontem ardia em chamas. Esse atentado que todos nós sofremos ontem é de uma brutalidade sem fim […] É uma dor muito grande. Temos, enquanto sociedade, que refazer urgentemente nosso pacto, pela vida, pela vitalidade, pela floresta, pela arte”, compartilhou Karim no Instagram.

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