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‘Rainha Charlotte’: saiba o que é real e ficção na trama inspirada na monarca britânica

8 maio 2023 | Entretenimento

Por Tainã Maciel

Ambientada 50 anos antes da série da Netflix, a nova trama acompanha a juventude da monarca, que começou a reinar a Inglaterra aos 17 anos quando se casou com o Rei George III

Charlotte e George III existiram na vida real (Foto: Divulgação)

Aproveitando os holofotes sobre a família real britânica com a cerimônia de coroação do Rei Charles III, a Netflix lançou, na última quinta-feira (4), “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton“, spin-off do sucesso criado por Shonda Rhimes. Ambientada 50 anos antes da série da Netflix, a nova trama acompanha a juventude da monarca, que começou a reinar a Inglaterra aos 17 anos quando se casou com o Rei George III. Baseada em uma história verdadeira, saiba o que real e ficção em “Rainha Charlotte”.

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Princesa alemã e rainha britânica

A série da Netflix é inspirada na trajetória de Sophie Charlotte de Mecklemburgo-Strelitz, considerada por alguns como a primeira rainha afrodescendente da monarquia britânica. A rainha Charlotte nasceu em 19 de maio de 1744 em Mirow, Alemanha, que era então parte do Sacro Império Romano-Germânico, de acordo com o site da família real britânica.

Seu pai era um duque e sua mãe era uma princesa, assim, Charlotte já era uma princesa na Alemanha. Como mostra a série, quando George III sucedeu ao trono em 1760, ele tinha apenas 22 anos e ainda não tinha esposa. Na época, a princesa Charlotte, de 17 anos, era uma escolha óbvia para casar com ele.

O casamento de Charlotte e George III (Foto: Royal Collection Trust)

O rei anunciou ao seu conselho em julho de 1761 sua intenção de se casar e um grupo de escoltas partiu para a Alemanha. Eles chegaram em 14 de agosto de 1761 e foram recebidos pelo irmão de Charlotte, o atual duque, e o contrato de casamento foi assinado. Três dias de comemorações se seguiram e em 17 de agosto a princesa partiu para a Grã-Bretanha. A viagem foi difícil, com três tempestades no mar, chegando a Londres no dia 8 de setembro.

Às 21h da mesma noite, seis horas após a chegada, o casamento da princesa Charlotte e do rei George III ocorreu na Capela Real do Palácio de St James. Sua coroação ocorreu em 22 de setembro daquele ano.

Charlotte e George se amavam?

É inegável que o combustível de “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” é o romance entre os monarcas. E embora nem tudo possa ser conhecido sobre um casal que se juntou há mais de 250 anos, o rei e a rainha teriam tido um casamento amoroso.

Indícios apontam que o rei e a rainha teriam tido um casamento amoroso (Foto: Divulgação)

O Royal Collection Trust publicou cartas que Charlotte escreveu para George, que deixam claro o quanto ela gostava dele. Mas, enquanto os dois encontravam o amor após o casamento arranjado, eles tiveram que lidar com a doença mental de George, como mostrado no universo Bridgerton.

Qual era a doença de George III?

Eternizado no cânone histórico como o “rei louco”, George III sofreu sua primeira, embora temporária, crise de doença mental em 1765, de acordo com o site da família real. O caso piorou de fato em 1811. De acordo com o History Extra, George se tornou violento em alguns momentos. Charlotte tornou-se sua ‘guardiã dedicada‘, mas não o visitava sozinha.

George III era conhecido como o “rei louco” (Foto: royal.uk)

Uma hipótese mais tradicional para explicar a instabilidade mental de George III seria a porfiria, uma enfermidade causada por um conjunto de condições raras que frequentemente é hereditária. De acordo com o site do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, a porfiria causa uma série de sintomas, incluindo psiquiátricos, tais como “ansiedade ou alucinações”, e ainda efeitos neurológicos, como convulsões — o que é documentado como um dos problemas sofridos pelo rei. Porém, devido à barreira temporal, não é possível ter certeza de qual era seu verdadeiro diagnóstico.

Filhos do casal

Charlotte e George III tiveram 15 crianças no período de 22 anos, e 13 delas sobreviveram até a idade adulta. Seu primeiro filho, George IV, assumiu como príncipe regente devido à doença mental do pai, e depois se tornou rei quando seu pai morreu em 1820. Já Charlotte faleceu em 1818.

Rainha Charlotte e sua família (Foto: Royal Collection Trust)

Rainha Charlotte era negra?

Interpretada por atrizes negras (India Amarteifio e Golda Rosheuvel) na trama, a real Charlotte vem sendo foco de debates quanto a sua etnia há décadas. De fato, é possível que a rainha Charlotte fosse negra.

Em 1996, os indícios ganharam força: o historiador Mario de Valdes y Cocom, pesquisador da diáspora africana, apontou uma ligação entre a rainha e Madragana Ben Aloandro — descrita como “moura” pelo cronista Duarte Nunes de Leão — como sua possível antepassada.

Segundo ele, a rainha descendia diretamente de “um ramo negro da Casa Real Portuguesa”. Outra possível evidência de suas raízes está nos retratos pincelados por Allan Ramsay, que capturou traços caracteristicamente africanos em seu rosto. Porém, a maioria dos historiadores concorda que a sugestão de que Charlotte era negra é imprecisa.

Pintura da Rainha Charlotte por Benjamin West (Foto: Royal Collection Trust)

Na série, Shonda Rhimes usa a flexibilidade da fantasia para apresentá-la no comando da monarquia britânica, como um impulso para mostrar a diversidade na alta sociedade britânica, mesmo que a realidade do século 18 fosse bem diferente.

Mozart se apresentou para Rainha Charlotte?

Um fato curioso é que vemos na série um pequeno Mozart se apresentando para a rainha Charlotte e isso, de fato, aconteceu! Segundo o site oficial da realeza britânica, Charlotte e George tinham um gosto especial por artistas e compositores alemães como Handel. Inclusive, o mestre de música da rainha era Johann Christian Bach, décimo primeiro filho do grande compositor Johann Sebastian Bach. 

Um Mozart de oito anos se apresentou para a Rainha e foi convidado a se apresentar na celebração do quarto aniversário da ascensão do Rei em 1764. O Opus 3 de Mozart foi dedicado à rainha quando publicado em 18 de janeiro de 1765.

George, o cientista e fazendeiro

A série mostra o amor de George pelo mundo científico e não mentiu. George III foi o primeiro rei a estudar ciência como parte de sua educação (ele tinha seu próprio observatório astronômico), e exemplos de sua coleção de instrumentos científicos podem agora ser vistos no Museu da Ciência de Londres.

George III foi o primeiro rei a estudar ciência como parte de sua educação (Foto: Divulgação)

Você pode ver os desenhos e cálculos de George III do Trânsito de Vênus através do sol em 23 de junho de 1769 e suas — precisas — previsões de outros trânsitos em 1874 e 2004 no portal Georgian Papers.

Durante seu reinado, George III também adquiriu o apelido de ‘Farmer George’ (George Fazendeiro), em parte devido a seus interesses agrícolas e também como um trocadilho lúdico.

Lady Danbury existiu na vida real?

Apesar de ter grande destaque na série sobre a Rainha Charlotte, Lady Danbury é uma personagem inventada por Julia Quinn, autora da saga “Bridgerton”. Violet Bridgerton, matriarca da família que se destaca na série principal, também existe apenas no universo ficcional.

Assista ao trailer de “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton”:

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