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Oscar Niemeyer: a arquitetura sob o olhar de um visionário

15 dez 2019 | Lifestyle

Por Redação

Oscar Niemeyer tinha uma mente inquieta. Vanguardista, nasceu em 15 de dezembro de 1907, data em que é celebrado o Dia do Arquiteto. Considerado o arquiteto moderno brasileiro de maior renome internacional, sempre surpreendeu pela busca incessante por humanizar a arquitetura, tornando-a não apenas funcional, mas também imagética e, sobretudo, poética.

Como ele mesmo dizia: “Arquitetura não constitui uma simples questão de engenharia, mas uma manifestação do espírito, da imaginação e da poesia”.

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Por isso, contar a história de Niemeyer é ressignificar as paisagens urbanas e entender profundas transformações da arquitetura por meio da genialidade de um visionário.

Oscar Niemeyer e Lúcio Costa

Sua carreira disruptiva inicia em 1934, após finalizar, insatisfeito, o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio. Com sede de novas experiências, procura os renomados arquitetos Lúcio Costa e Carlos Leão, com quem faz estágio. No escritório deles, aprende os fundamentos da arquitetura moderna e se encanta pelas construções coloniais luso-brasileiras. É nesse período que Costa, que tempos depois foi convidado a projetar Brasília, se torna a principal referência para Niemeyer.

Obras de referência

Em 1936, conhece Le Corbusier e passa a trabalhar para o arquiteto franco-suíço como desenhista no projeto do edifício do futuro Ministério da Educação e Saúde, construído em seguida no Rio. Corbusier inspira Niemeyer com seu rigor formal e a liberdade de seu desenho, ao enxergar o edifício como uma unidade escultural, portanto artística.

Raro registro entre Le Corbusier e Niemeyer
Igreja de São Francisco

No entanto, o primeiro grande projeto solo do arquiteto brasileiro surge apenas em 1940. O então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek o convida a projetar o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, composto pela Casa do Baile, o Iate Clube, a Igreja de São Francisco e o Cassino.

As construções são um verdadeiro marco em sua trajetória. Com a ajuda do paisagista Burle Marx, Niemeyer finalmente consegue imprimir o seu DNA em um trabalho.

Muito além de arquitetura, ele faz arte. Deixando de lado os conceitos rigorosos do funcionalismo, brinca com formas curvilíneas, explorando as possibilidades plásticas do concreto armado.

Após o reconhecimento nacional, alcança novos ares no exterior. Em 1947, passa a integrar a comissão especial de arquitetos encarregada de planejar a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Seu projeto, feito em parceria com Le Corbusier, é escolhido como base para o plano definitivo. 

Sede da ONU em Nova Iorque
Auditório do Parque do Ibirapuera

Ícones do Brasil

No início da década de 1950, recebe a missão de projetar o Complexo de Ibirapuera, em São Paulo. O concreto armado é o material mais utilizado, graças à sua facilidade em formar os contornos leves e ousados que o arquiteto tanto venera, imprimindo a sensação de movimento

Já em 1956, voa alto e une-se ao mestre Lúcio Costa para colaborar na construção de Brasília. Dois anos depois, é nomeado arquiteto-chefe da cidade. Lá, as curvas – elementos que predominam em seu trabalho – estão por toda parte: nas colunas em “U” do Palácio do Planalto, nas cúpulas do Congresso Nacional e nas quedas d’águas do Palácio da Justiça.

Oca funciona como casa de exposição de arte no Ibirapuera
Arquitetos apresentam projetos de Brasília ao presidente Kubitschek

Sobre o trabalho no Distrito Federal, Niemeyer dizia que “a preocupação fundamental consiste em conceber um elemento novo e diferente, que não copiasse os modelos habituais nos quais a arquitetura moderna se atola, mas que suscitasse um sentimento de surpresa e emoção […] Só a sua beleza plástica nos comove, verdadeira mensagem permanente de graça e poesia”

Na década de 1960, com a instauração da ditadura militar e constantes perseguições, Niemeyer volta sua atenção para os projetos internacionais.

Entre os trabalhos mais significativos, está a Casa da Cultura de Le Havre, inaugurada em 1982, na França. É considerada uma de suas obras mais escultóricas, na qual a plasticidade envolve os edifícios de forma graciosa, com curvas acentuadas.

Oscar observa maquete com esboço do Palácio do Planalto
Casa da Cultura de Le Havre

Últimos traços

No ano seguinte, retorna ao Brasil para criar a Passarela do Samba, a convite do governador do Rio, Leonel Brizola. O projeto realiza a integração entre o sambódromo e um centro cultural, educacional e esportivo.

A fase sossegada de Niemeyer chega apenas no fim da carreira. Seus últimos trabalhos incluem o Memorial da América Latina, em São Paulo (1988-99), e o Museu de Arte Contemporânea, às margens da Baía de Guanabara.

Passarela do Samba, no Rio
Museu de Arte Contemporânea

Fotos: Reprodução

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