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Jailson Marcos se inspira no barroco e na estética do cangaço para criar sandálias atemporais e agênero

3 abr 2021 | Moda

Por Redação

Artesão, sapateiro e designer é como se autodefine o potiguar radicado em Pernambuco, Jailson Marcos. No Recife, o ateliê dele é destino turístico. Por lá, já passaram nomes da moda como o estilista Ronaldo Fraga, a jornalista Lilian Pacce e o multiartista baiano Carlinhos Brown, embaixador das peças assinadas pelo sapateiro. Apaixonado por arquitetura barroca, ele conta que a inspiração para os calçados que unem o artesanato brasileiro ao design atual é a constante busca por harmonizar linhas. “Além disso, tudo é motivo de inspiração quando você ama o seu ofício. Cito Arquitetura e a própria natureza”.

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Ainda menino, Jailson via a mãe desenvolver uma incrível habilidade manual que envolvia fazer bordados, pinturas e costurar. “Veio daí minha paixão pelo artesanato. Já o ofício de sapateiro, descobri por acaso”, relembra. Após cursar Educação Artística e passar por duas multinacionais, ele decidiu investir naquilo que lhe fazia feliz: produzir cintos e bolsas. A habilidade para fazer sapatos, conta, aprendeu com um argentino. “Me considero designer porque penso o calçado de uma forma mais contemporânea. Estou sempre pensando em algo novo. Adoro experimentar novas formas e texturas no trabalho. É o que alimenta minha alma, era isso que sempre imaginei ser”, destaca.

Artesão, sapateiro e designer, o potiguar Jailson Marcos descobriu o ofício por acaso. (Foto: Divulgação)

A gênese do que hoje é visto como trabalho artístico, autoral e atemporal, conta, é o resultado de muita pesquisa com inspiração, também, nas sandálias calçadas pelos sertanejos e imortalizadas por Lampião e seu bando. “Eu tinha ânsia de criar e fazer algo novo. Recebi um convite para produzir uma sandália diferente para fazer um editorial. Foi assim que uni o cabedal à palmilha fazendo essa dobra que cobre os dedos dos pés. Foi um momento muito especial, as pessoas se apaixonaram pela sandália”, relembra Jailson.

Processo criativo

A cada coleção que desenvolve, Jailson trava uma espécie de diálogo estético que busca alcançar. “Meu trabalho é atemporal, não costumo lançar muitas coleções em sequência. As sandálias são criadas pensando mais no verão, são mais abertas e litorâneas. Mas adoro motivo para criar, quando em algum momento vem uma inspiração e acabo exercitando e criando coisas bacanas”, destaca.

Para ele, seu processo criativo é peculiar por envolver modelos já produzidos, mas que não foram concluídos. (Foto: Divulgação)

O processo criativo, avalia, é muito peculiar. “Ressignifico algo que já esteja pronto ou que tenha dado errado. Quando vou para o ateliê, idealizo a peça na cabeça e vou ressignificando na forma a partir do que já existe. É um exercício bacana depois que crio a sandália vê-lá em 360º, é quando o coração dispara”, conta o designer.

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No isolamento social, ele fez surgir uma sandália que se ajusta aos pés de quem calça. “Chamei de ‘Nós’ porque se ajusta a cada um. Nesse momento da pandemia, a gente está precisando se reinventar, de se ajustar a cada momento. Mas nada melhor do que começar com o pé, que é quem te impulsiona e te leva para outros momentos”, defende.

Artístico e autoral

Por primar pelo estilo inconfundível que une o trabalho artesanal ao design contemporâneo, as sandálias com a assinatura de Jailson ganharam status de arte no mundo da moda. De acordo com ele, isto tem a ver com a busca por algo autoral. “Criei uma identidade dentro do que faço, e não foi fácil, foi muita persistência. Acredito que a moda passa por esse momento de valorizar o artesanal, e agradeço muito porque desde que comecei a fazer meu trabalho, os formadores de opinião olharam de uma forma especial, vendo que tinha uma proposta nova em relação ao mercado de calçados”, relembra. “É algo que faço com muita paixão”.

Sandália assinada por Jailson Marcos. (Foto: Divulgação)

Depois de tantos anos de carreira e sucesso, ele continua com o mesmo DNA criativo. A busca, pontua, é permanente. “Gostaria que meu trabalho alcançasse novos mercados, por ser tão autoral, acredito que possa alcançar novos países, tribos, etc. Vejo que meu trabalho é universal, consigo agradar quem não entende nada de moda, mas, também, quem tem aquela sensibilidade especial para os produtos. Vejo um mercado gigante para ser alcançado, mas sempre aprimorando e priorizando o artesanal, o feito à mão”, enfatiza.

Sandália assinada por Jailson Marcos. (Foto: Divulgação)

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