6 maio 2020 | Notícias
O isolamento social ocasionado pela expansão do novo coronavírus aumenta a preocupação no que diz respeito à violência doméstica. De acordo com a presidente da Associação Brasileira e Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ) – Secção Ceará, Ana Paula Holanda, é necessário fortalecer redes de proteção, ampliar políticas públicas e oportunizar a qualificação profissional para reduzir os casos. O assunto foi tema de uma live realizada, nesta quarta-feira (6), no Instagram do Distrito 4490 do Rotary Club.
As instituições firmaram uma parceria em abril deste ano e juntas lançaram a campanha “Quarentena sim, violência não” nas redes sociais para combater a violência doméstica, que, de acordo com o Distrito 4490 a a ABMCJ – Secção Ceará, pode aumentar durante o período de isolamento social, já que a vítima ficará mais tempo com o agressor.
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Fortalecer as redes de apoio a mulheres é essencial para que elas não se sintam sozinhas, destaca Ana Paula Holanda. Ela pontua que é importante que as vítimas de violência doméstica que não podem sair de casa para denunciar deem sinais a parentes e/ou ou amigos de que estão sendo agredidas, a fim de que estes possam ajudá-las.
Em março deste ano, foram deferidos 325 pedidos de medidas protetivas no Juizado da Mulher de Fortaleza. O número é inferior ao de 2019, quando a instituição anotou outros 413 casos. Segundo a governadora do Distrito 4490, Maria Vital, as estatísticas diminuíram porque os agressores estão ao lado das vítimas, fato que as impede, por medo, de fazer a denúncia. “Como elas vão sair de casa? Há agressão física e verbal, porque elas estão sendo obrigadas a sofrerem caladas, e isso faz mal também aos filhos”, explica.
Ainda conforme a presidente da ABMCJ – Secção Ceará, as instituições trabalham atualmente para ampliar o apoio às mulheres, como palestras, rodas de conversas nas escolas e nas comunidades para falar sobre o direito que elas têm, o que buscar e onde denunciar. “Acreditamos que o processo de educação ajudará bastante. Faremos uma cartilha simples e acessível para que todos entendam o objetivo”, ressalta.
Para ajudar mulheres inseridas nessa realidade, salienta Ana Paula, é necessário investir em políticas públicas, como abrigos e qualificação profissional, bem como melhorar a estrutura da Casa da Mulher Brasileira. “Assim como temos direitos, temos o dever de proteger pessoas em situação de vulnerabilidade social. Precisamos romper com esse contexto de patriarcado, inerente à nossa realidade”, acrescenta.
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Fortaleza
Telefones apenas para vítimas: (85) 98822.8570 / 9 8597.7670
Central de Atendimento Judicial:
WhatsApp (casos de urgência): (85) 98869.1236
Defensoria Pública
De segunda a sexta-feira, de 9h às 17h
Telefones: (85) 98971.8060 / 98579.9179
Ministério Público
De segunda a sexta-feira, de 9h às 17h
Telefone: (85) 98563.3302 / 99919.6723
Delegacia de Defesa da Mulher
Atendimento 24h
Telefones: (85) 3108.2948 / 3108.2950 / 3108.2951
Casa da Mulher Brasileira
De segunda a sexta-feira, de 8h às 17h
Telefones: (85) 3108.2931 / 3108.2992
Assessoria de Polícia Comunitária
Telefone: (85) 98902.3372
Centro de Referência da Mulher
Telefone: (85) 99648.4720
Aplicativo Direitos Humanos BR
Disponível na Play Store e na Apple Store, permite o envio de fotos e vídeos que contribuam para a denúncia