Márcia Travessoni – Eventos, Lifestyle, Moda, Viagens e mais

Entre em contato conosco!

Anuncie no site

Comercial:

[email protected]
Telefone: +55 (85) 3222 0801

“As pessoas gostam de séries violentas para ver até onde podem chegar”

12 jul 2021 | Notícias

Por Jacqueline Nóbrega


Raphael Montes escreveu romances como “Suicidas” e “Uma Mulher no Escuro”. Ele também é criador, roteirista-chefe e produtor-executivo da série da Netflix “Bom Dia, Verônica” (Foto: Reprodução/Instagram)

Escritor de literatura policial, com mais de 100 mil livros vendidos no Brasil e traduzido para 10 idiomas, além de criador e roteirista da série da Netflix, “Bom dia, Verônica“, o badalado jovem carioca Raphael Montes, de apenas 30 anos, diz sem hesitar, em entrevista exclusiva ao Site MT:

“Nosso interesse – pelo menos o meu interesse nesse tipo de história – é de enxergar até onde o ser humano pode chegar. Ao ver o que o outro faz, nós refletimos sobre o que nós somos. O interesse está no humano. Para mim essas histórias policiais, de crime, é uma das melhores maneiras de você mostrar o que é o ser humano. A violência é algo específico do ser humano. Os animais cometem violência, mas pra sobreviver. O animal mata para comer. Nós não. A gente mata por dinheiro, poder, ciúmes, abuso… A violência é algo muito intrinsecamente humano, daí nosso interesse”. 

O debate sobre o fascínio das pessoas em torno de crimes reais volta a tomar conta das redes sociais diante do recém-lançamento da série “Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime”, também na Netflix, que mostra pela primeira vez Elize Matsunaga dando a versão sobre a morte do marido, Marcos Matsunaga

Autoridade no assunto

Um dos mais prestigiados nomes do momento em literatura policial, Raphael prepara para lançar o novo livro, “Os Vizinhos”, em 2022, e está trabalhando no livro “Boa Tarde, Verônica”, além de ter terminado de escrever os episódios da segunda temporada da série da NetflixBom dia, Verônica”, baseada no livro homônimo dele escrito em parceria com Ilana Casoy.

LEIA MAIS >> Com bilhete de R$ 23 mil, classe executiva da Qatar tem refeições liberadas e assento que vira cama

Rebeca Thomaz fala sobre paixão por crossfit e recorda trajetória na dança

“A gente está trabalhando no ‘Boa Tarde, Verônica’, ao mesmo tempo que estamos escrevendo a série, ‘Bom Dia, Verônica’. Posso dizer que eu acabei de escrever os episódios, que está muito legal, mas não posso adiantar detalhes de personagens”, contou, despistando sobre o que vem por aí. 

A confirmação da série, que tem Tainá Müller e Eduardo Moscovis como protagonistas, aconteceu em novembro do ano passado. No entanto, a data de estreia da nova temporada ainda não foi confirmada. 

Suspense paranoico

Sobre o novo livro, “Os Vizinhos”, Raphael explica que a publicação é um suspense paranoico. “Vai ser lançado no início do ano que vem, que promete ter muitas coisas. Tenho também alguns projetos de longas-metragens, que devem sair em breve”.

O escritor reforça que gosta de escrever história que entretenham, mas que também trabalhe temas pertinentes, como é o caso de “Bom Dia, Verônica”, que aborda temas como violência doméstica, mulheres enganadas nas redes sociais, corrupção na polícia e machismo.

“Preciso provocar alguma reflexão. O mero entretenimento sem nada, só uma boa história, não me interessa mais. Já me interessou, na adolescência. Passei a enxergar que as histórias policiais, seja livro ou série, têm um potencial muito forte de discutir assuntos. E isso passou a me interessar cada vez mais”. 

Raphael também assina o roteiro, mais uma vez em parceria com Ilana Casoy, dos filmes “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais“, ambos sobre o caso de assassinato da família Von Richthofen. Foi a primeira vez que ele trabalhou em cima de uma história real, e confessa que foi um desafio. Apesar de escrever histórias violentas, na “vida real”, ele detesta a violência. 

Desafio

“O meu contato com o crime real sempre foi um pouco difuso. A violência muito real me horroriza. Até por isso acho que escrevo histórias policiais… Já a Ilana trabalha do lado oposto, com a realidade. Por isso nosso encontro foi feliz. Ela trazia a realidade, mas nunca tinha se arriscado na ficção. E eu era um escritor que só imaginava. Depois de ‘Bom Dia, Verônica’, chegou a vez dela de me desafiar, me chamar para escrever uma história baseada na vida real”.

Ele conta que escreveu a cena do assassinato baseado nas informações que sabia sobre o caso, mas Ilana o incentivou a olhar a foto da cena do crime. “Só olhando a foto você vai conseguir escrever”, disse ela a ele. “A Ilana me mostrou a foto por 30 segundos e foi suficiente. Escrevi uma versão sem ter visto. E quando eu vi a foto, a nova versão realmente ficou muito melhor”. Apesar dos desafios, o escritor diz que gostou e que faria de novo. 

Publicidade

VEJA TAMBÉM

Publicidade

PUBLICIDADE