Márcia Travessoni – Eventos, Lifestyle, Moda, Viagens e mais

Já imaginou como seria o filme “Pantera Negra” protagonizado pelo ator Lázaro Ramos? E se a princesa guerreira Mulan fosse interpretada pela Sabrina Sato? Na mundo criativo de Átila Britto, tudo é possível. O designer gráfico baiano está conquistando a internet com edições de fotos que vão além da estética e criam narrativas fantásticas. As celebridades brasileiras são o foco do artista, a exemplo da arte que viralizou em abril de 2020, mostrando a então finalista do Big Brother Brasil 20, Thelma Assis, com uma coroa deslumbrante – quase como um presságio.

Com direito a sotaque e simpatia, o jovem designer contou ao Site MT como surgiu o interesse pelas fan arts, obras criadas por fãs. “Sempre fui admirador da arte porque sou pisciano e tu já sabe, né? Em 2010, eu estava com muitos pensamentos negativos e acredito que era depressão. Já tinha instalado o Photoshop no computador e resolvi modificar uma imagem da Rihanna para deixar a minha imaginação fluir e foi assim que tudo começou”, diz.

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“As edições foram um escape mental. Eu não pensava em nada quando editava e dessa forma ficava bem. Com o tempo fui aprendendo mais sobre o programa, tudo na base da curiosidade”,

afirma Átila Britto.

Após começar a se aventurar nas edições por conta própria, Átila decidiu fazer um curso de design gráfico. “As aulas não eram sobre o que eu queria, mas surgiu a oportunidade de trabalhar em uma empresa especializada em fotos de casamento e formatura. O trabalho não tinha nada a ver com minha arte, mas ajudou a aprimorar o que faço hoje“.

Em 2017, o artista criou um perfil no Instagram para divulgar suas criações com fotos de artistas nacionais. Em outra conta, ele compartilhava apenas artes da Rihanna, uma de suas cantoras favoritas, que chegou a curtir duas postagens de Átila nas redes sociais.

“Criei o perfil com edições de artistas brasileiros e ele começou a ter muito mais notoriedade do que eu tinha de imagens da Rihanna. Os artistas começaram a interagir comigo e achei tudo tão surreal porque nunca imaginei que a minha arte pudesse agradar tanta gente. Minha ficha ainda não caiu em relação a quantidade de pessoas que estão me seguindo”, conta. Hoje, Átila possui mais 100 mil seguidores no Instagram, admiradores que ele apelidou carinhosamente de “editlovers“.

Queria dizer que essa fan art ficou tudo pra mim. Que lindo, serio. Vou até postar no Instagram ♡♡♡
Créditos estão na borda direita da arte. Obrigada Atila Britto. pic.twitter.com/wgdsQtGNsQ

— +a (@maisa) May 6, 2020

O talento do baiano já chegou a render um parceria com Pabllo Vittar. Átila foi chamado para criar a capa do single “Amor de Que” versão remix em seu primeiro trabalho profissional.

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Uma publicação compartilhada por Átila 🧜🏾‍♂️ (@atilabrittoo) em 30 de Jan, 2020 às 4:57 PST

Poder e beleza

Não é difícil perceber que as edições de Átila Britto valorizam a comunidade LGBTQIA+ e o movimento negro. Isso parte do processo de autoidentificação do designer. “Levantar essas pautas é um dever porque nós estivemos silenciados por muito tempo e, na maioria das vezes, a arte que fazem sobre esse grupo é algo que expressa dor e sofrimento, o que não deixa de ser importante, mas eu sentia falta de um enaltecimento”, explica.

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Uma publicação compartilhada por Átila 🧜🏾‍♂️ (@atilabrittoo) em 2 de Ago, 2020 às 8:21 PDT

“Eu tento sempre mostrar a beleza da minha gente porque eu quero que quem veja a minha arte se identifique e sinta-se representado. Nossa cor é linda, nosso povo é maravilhoso e sempre tento passar isso nas minhas edições”.

O conceito artístico das peças de Átila é inspirado na cultura africana, mitologia egípcia e sereias. “Também amo heróis e personagens da Disney. Tudo que tiver ligado a fantasia me inspira”. Entre os trabalhos, ela tem alguns xodós. “As minhas preferidas são: uma que mostra a Taís Araújo como um dos personagens do X-Men, a outra é a da Pabllo Vittar de híbrido segurando a bandeira LGBT e a da Thelma que ela postou quando foi campeã do Big Brother”, revela.