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‘Precisamos entender que existe uma história que foi silenciada’, diz Zelma Madeira sobre luta antirracista

23 jun 2020 | Notícias

Por Redação

Você sabe qual é o seu papel na luta antirracista? A professora universitária e titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualidade Racial (CEPPIR) do Ceará, Zelma Madeira, participou de uma live, nesta terça-feira (23), com a publisher do Site MT, Márcia Travessoni. A transmissão ao vivo foi realizada no Instagram de Márcia Travessoni, com apoio do Hospital Gênesis, e abordou a origem do racismo no Brasil e as medidas que buscam transformar essa realidade. “Não podemos achar que é ‘mimimi’, precisamos entender que existe uma história que foi silenciada”, afirma Zelma.

A professora explica que o racismo no Brasil nasceu na época da escravidão e estruturou-se com uma “abolição inacabada”. “Precisamos fazer uma reflexão política e pública porque o racismo tem uma raiz histórica. Nós saímos lá atrás sem nenhuma política de reparação. A luta antirracista tem que trabalhar as oportunidades para as pessoas negras“.

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Segundo ela, dois fatores impediram a ascensão financeira das pessoas negras após a escravidão e contribuíram para o racismo estrutural que a sociedade enfrenta hoje. “Eles não tiveram o direito à escola e a inserção no mercado de trabalho. Não tínhamos o perfil do trabalhador exigido e ficamos desempregados. O motivo é colonial e se repete”.

“O racismo estrutural está em todas as instituições, inclusive nas famílias. Esse silenciamento e naturalização nos prejudica demais”, pondera Zelma Madeira.

Em 2018, Zelma foi capa da Revista Gente por Márcia Travessoni abordando sua luta, enquanto pesquisadora e gestora pública, contra o racismo no Ceará. Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Piauí, com mestrado em Sociologia do Desenvolvimento e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará, assumiu a CEPPIR em 2015. Atua em temas que envolvam família, gênero, relações étnico-raciais, políticas sociais, cultura e religião de matriz africana.

‘Momento de agir’

Na live, Zelma falou sobre o papel da sociedade no combate ao preconceito e comentou sobre os intensos protestos antirracistas que ocorrem há semanas no mundo, após a morte de George Floyd, homem negro assassinado por um policial branco nos Estados Unidos.

“Considero importante essa comoção onde todo mundo que fazer postagem, mas é preciso entender a profundidade e não ter apenas um discurso cosmético. Essa luta antirracista não é só nos Estados Unidos. As pessoas precisam dar ouvidos ao que estamos falando”.

“As empresas precisam deixar de ser monocromáticas. Precisamos defender os talentos e observar o que podemos fazer”, diz a professora.

Zelma luta para que a sociedade “valorize a riqueza da diversidade para chegarmos a igualdade” e acredita em uma “revolução microfísica”. “Você pode contribuir onde você está respeitando o movimento negro, saindo dessa postura autoritária e respeitando as expressões da juventude das periferias que está se movimentando. Eles são sempre identificados como marginália e querem oportunidades”.

Para a gestora pública, a educação é chave principal de uma mudança sólida.”O racismo é um tema central e pode ser mudado pela ação valorativa, pela educação. Ensinar a todas as pessoas que temos valor. As diferenças não precisam hierarquizar”, explica Zelma Madeira.

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