7 maio 2020 | Notícias
A presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, participou, nesta quinta-feira (7), de uma videoconferência realizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide Ceará) para falar do sistema educacional brasileiro, que, acentua, deve ser inovado para que haja uma recuperação após a crise sanitária do novo coronavírus. Para ela, é necessário que as instituições desenvolvam habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes para que eles saibam lidar com questões e conflitos da vida pessoal e profissional.
Na avaliação da gestora, o sistema educacional do país tem uma modalidade industrial, no qual os alunos não têm um atendimento personalizado e aprendem os mesmos assuntos, o que, avalia, não é mais suficiente. “Faço uma analogia que o sistema educacional é uma velha senhora, que tem 200 anos, e que faz a mesma coisa para o mesmo cliente e para um padrão de mundo que já não existe mais. Será que ela dá conta? O que tem feito?”, questiona.
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Viviane Senna considera necessário que as instituições desenvolvam habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes, uma vez que essas competências serão refletidas futuramente, na vida pessoal e no mercado de trabalho. “As pessoas são admitidas pelas experiências cognitivas, técnicas, e são demitidas por questões atitudinais, posturas. As novas gerações têm pouquíssima capacidade de resistir à frustração“, explica.
Conforme a presidente do Instituto Ayrton Senna, as relações humanas já vinham sendo modificadas. Para ela, após a pandemia, o processo de mudanças será acelerado. “Precisamos formar as pessoas de maneira mais plena. Temos a ajuda da tecnologia, que vai ajudar esse processo de individualização. O mundo vai querer a gente por inteiro”, ressalta Viviane Senna, salientando que sociedade e governo devem unir forçar para que isso ocorra.
“As pessoas chegam ao mercado de trabalho despreparadas. Tem uma frase do Aristóteles que diz: ‘Educar a mente sem educar o coração não é educação’. Para resolvermos questões públicas, precisaremos de um esforço coletivo. Frente a uma ética de desresponsabilização, precisamos ter uma corresponsabilização“, afirma a gestora.
O vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, Mozart Ramos, pontua que as organizações estão vendo o diploma apenas como um ponto de partida. Se os profissionais não desenvolverem outras competências ou estiverem preparados somente para questões rotineira, aponta, serão substituídos por robôs. “Quem está preparado para o desenvolvimento critico, quem é criativo, será mais valorizado”.
Para ele, a má formação dos jovens brasileiros vista hoje em dia acarretará no número de desempregados no país. Para evoluir, acredita, é preciso investir em uma educação de qualidade dos professores, fazendo da tecnologia uma aliada. “Existe um universo de ferramentas que podemos utilizar. Um professor bem formado e um material didático dialogando com essa formação faz toda diferença”, assegura Mozart Ramos.