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Em entrevista exclusiva à Plataforma MT, a médica dermatologista Celina Frota esclareceu as principais dúvidas sobre a dermatite atópica

Doença crônica e hereditária que acomete crianças e adultos, a dermatite atópica se manifesta na pele por meio de coceiras, ressecamentos e lesões. De acordo com a médica dermatologista Celina Frota, que concedeu entrevista exclusiva à Plataforma MT, a patologia acomete, principalmente, dobras de braços e pernas, pescoço, e, a depender da extensão, pode atingir boa parte do corpo.

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“Os principais sintomas são pele muito seca, já que os pacientes possuem deficiência na hidratação da pele, diferente de pessoas que não têm dermatite atópica, além de coceiras, que podem levar a ferimentos na pele, resultando em infecções bacterianas, virais e fúngicas”, esclareceu a especialista. A médica também explicou que a patologia de pele não tem cura, mas que pode ser controlada.

“Hidratação é a base do tratamento, com hitratantes prescritos por dermatologistas. Além disso, é recomendada uma menor quantidade de banhos possível, com água fria e de forma rápida, evitando água quente e banhos demorados, de forma a recuperar a barreira da pele. Evitar psicina também é uma medida de controle, uma vez que resseca bastante a pele”, explicou Dra. Celina.

Segundo a especialista, a hidratação deve ser feita cinco minutos após o banho. Em estágios mais avançados da doença, que são caracterizados pelo surgimento de placas e inflamações na pele, o controle é feito por meio de corticoides tópicos e sistêmicos, além de antialérgicos e, a depender do caso, se faz necessário o uso de antibióticos para combater infecções secundárias que podem surgir.

Dermatite atópica no rosto

Dra. Celina explica que a dermatite atópica geralmente não acomete o rosto, mas podem existir, sim, casos em que a doença se manifeste nessa região. “Os principais cuidados são os mesmos, que é a hidratação da pele, recuperando as barreiras cutâneas, além do uso de sabonetes adequados”, pontua a especialista, que aconselha o uso de maquiagens próprias para quem tem a patologia.

“Existem maquiagens específicas para pessoas com dermatite atópica, com menor quantidade de produtos, que podem evitar reações indesejadas na pele”, explicou a médica. Os itens para skim care e make podem variar de acordo com cada tipo de pele, sendo mais seguro e indicado consultar um profissional dermatologista para passar por avaliação e receber um receituário adequado.

Sol, calor, ansiedade e dermatite atópica

A especialista também explica que o Sol e o calor podem piorar lesões de dermatite atópica ou desencadear o surgimento delas. “A sudorese excessiva pode piorar também, além da diminuição de umidade e do frio extremo, fatores que geram o ressecamento da pele e levam a uma maior necessidade de hidratação, o que desencadeia coceiras”, esclareceu Dra. Celina.

Ansiedade e estresse, segundo a dermatologista, também podem acarretar e aumentar casos de coceira na pele. A médica reforça que a base de todo o tratamento da dermatite atópica consiste na hidratação, seja no corpo ou no rosto: “Se eu tenho uma barreira de pele íntegra e recuperada, que eu hidrato e tomo banhos rápidos, eu vou ter uma menor quantidade de crises. O ideal é o controle”.

A especialista completa: “A higiene da casa e os produtos para higiene da casa também são importantes, além do material que se usa para lavar a roupa, sendo ideal evitar o uso de produtos químicos em ambos os casos. Amaciantes podem ser substituídos por sabão de côco em pó, por exemplo”. Tecidos usados nas roupas também merecem uma atenção especial, alerta a médica.

“O ideal é evitar lã e tecidos sintéticos, optando por materiais 100% algodão”, aconselha a dermatologista. Outras dicas da especialista envolvem o momento do banho, evitando o uso de bucha e esfoliantes. “As crises tendem a melhorar com a idade, por volta dos oito anos. Na vida adulta, elas diminuem, mas tem gente que também manifesta mesmo já tendo passado pela fase infantil”, finaliza Dra. Celina.

Profissional dermatologista

Em todos os casos de dermatite atópica, dos mais simples aos mais graves, o ideial é consultar profissionais dermatologistas para seguir o melhor tratamento indicado para cada tipo de pele, de acordo com o grau de manifestação da doença. Consultar um especialista também é essencial para sanar demais dúvidas que podem não ter sido esclarecidas por meio da leitura desta matéria.