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Vegano ou cruelty free: saiba a diferença dos cosméticos não testados em animais

15 maio 2021 | Beleza

Por Redação

Marcas de cosméticos veganos e cruelty free não testam os produtos em animais (Foto: Lia Ciarlini)

Vegano e cruelty free … Esses termos estão sendo associados cada vez mais ao mundo dos cosméticos. Mas, o que eles significam? Em entrevista ao Site MT, a química e empresária Aline Machado, fundadora da marca de cosméticos naturais e veganos Alquimist, respondeu algumas dúvidas sobre o tema.

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Repórter: Qual a diferença dos cosméticos veganos e cruelty free?

Aline: Cosmético vegano é aquele que não tem nenhum ingrediente animal da fórmula e nem é testado em animais. Cosmético cruelty free é somente aquele que não é testado em animais.

Aline Machado é fundadora da marca de cosméticos naturais e veganos Alquimist (Foto: Lia Ciarlini)

Repórter: Os cosméticos naturais também estão em alta, atualmente. Um cosmético vegano é necessariamente um cosmético natural e vice-versa?

Aline: Cosméticos naturais são aqueles feitos apenas com matérias-primas naturais. Ele pode, inclusive, ser testado em animais. Já os cosméticos veganos são feitos sem matérias-primas de origem animal e também não são testados em animais. Por exemplo, um cosmético natural pode conter cera de abelha, mel, leite de cabra ou proteínas da seda – são todos ingredientes naturais, porém de origem animal. Já um cosmético vegano não teria nenhum desses ingredientes citados.

Por outro lado, nem todo cosmético vegano é natural. Pois, um produto pode ser 100% sintético e ser vegano. A regra é simples: para ser um cosmético vegano, basta que ele não tenha nada de origem animal e nem seja testado em animais. Ou seja, um cosmético cheio daqueles famosos vilões como parabenos, BHTs, sulfatos forte, parafinas e outros petrolatos – ainda sim, pode ser vegano. Contraditoriamente, um cosmético vegano pode fazer mal ao meio ambiente. Visto ele que pode ser 100% sintético, não biodegradável e bastante bioacumulativo na cadeia alimentar.

“O ideal é que o cosmético seja natural e vegano. Assim, você garante matérias-primas biodegradáveis, 100% sem ingredientes animais e sem teste em animais”.

Repórter: Porque ainda existem marcas de cosméticos que testam em animais? Na sua opinião, o mercado está mudando em relação a isso?

Aline: Primeiro, porque muitas marcas ainda estão na velha geração dos processos. Depois, porque são os testes mais baratos. Terceiro, porque existem países, como a China, em que a legislação obriga o teste em animais. Tem indústrias que escolhem ir para esses países por conta de diversos fatores. Entre eles, os subsídios governamentais e a mão de obra abundante e barata. É triste.

Segundo Aline, existem países, como a China, em que a legislação ainda obriga o teste em animais (Foto: Reprodução/Instagram)

Repórter: Como marcas de cosméticos veganos e cruelty free garantem que tudo esteja de acordo para o uso em pessoas sem envolver sofrimento animal?

Aline: Bom, se não houver a certificação cruelty free, você precisa acreditar na “palavra da marca”. Mas existem certificações cruelty free em que o processo é todo auditado e você ganha selo oficial da instituição. Marcas artesanais tem 90% mais chances de serem cruelty free, pois nenhum artesão vai ter uma criação de animais para ficar fazendo os testes, não é? Muito menos dinheiro e escalabilidade para pagar esses testes cruéis. De toda forma, hoje, para marcas médias e grandes, é muito fácil conseguir não fazer testes em animais. Pois, já existem centenas de metodologias de outros tipos de testes sem animais.

Repórter: Os valores dos produtos de marcas veganas e cruelty free – e até mesmo o custo de produção – diferem de outros cosméticos que não estejam nesses grupos?

Aline: A “fama” das palavras veganos e cruelty free veio acompanhada de um verdadeira supervalorização dos preços. Como empreendedora em um negócio social que valoriza o lucro justo, não acho bom senso que algum produto seja valorizado – estou aqui falando simplesmente de precificação – só porque é vegano ou cruelty free. Se não houve realmente um investimento que justifique esse preço muito superior, para mim, é muito mais prática abusiva do que outra coisa. Eu poderia citar diversas fórmulas que se vende por aí que não passariam de R$10 de custo e são vendidas por R$100 ou até mais.

“Se você só produz um cosmético vegano, o custo da produção dele não é caro. Muitas vezes, é igual a qualquer outro mais convencional. Se você produz um cosmético natural e vegano, o custo aumenta bastante”.

E se você produz um cosmético orgânico – que é natural, vegano e livre de agrotóxicos ao mesmo tempo – ele é mais caro ainda. Muito mais pela escassez de matéria-prima do que por outra coisa. Nós não temos subsídios governamentais para produzir orgânicos. Isso torna o processo caro. Comida, produtos de limpeza e cosméticos limpos deveriam ser subsidiados e mais estimulados que os outros. É uma questão de saúde pública e de política também.

Esfoliantes de argila veganos e naturais (Foto: Lia Ciarlini)

Repórter: Há quantos anos você trabalha com cosméticos veganos? Porque decidiu investir nesse negócio?

Aline: Há 4 anos. Acredito que produtos consumidos em larga escala, precisam ser limpos e gerar o mínimo de impacto negativo no meio ambiente possível. Como química, voluntária de projetos sociais, mulher e muito apaixonada por cosméticos, esse mundo sempre fez parte da minha vida pessoal. Uni meu sonho de um mundo melhor ao meu hobby e à minha expertise, assim nasceu a Alquimist.

Gostaria de acrescentar um pedido para as pessoas. Priorizem comprar de marcas artesanais que se importam com a responsabilidade ambiental e social. É dos pequenos empreendimentos que virá a grande mudança. Quando você deixa de comprar das grandes marcas, para valorizar os pequenos, isso dá uma mensagem ao mercado de que alguma coisa não está agradando. Só assim a gente vai conseguir pressionar. O consumidor tem poder. Ele é o centro das atenções da empresa. Escolham criticamente. Escolham certo, gente.

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