Márcia Travessoni – Eventos, Lifestyle, Moda, Viagens e mais

Um dos segmentos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus é o de eventos. Congressos, casamentos e até aniversários, por mais intimistas que sejam, se transformaram em ambientes de potencial contágio. A decisão de adiar ou cancelar grandes eventos é difícil, tanto para fornecedores quanto para quem idealizou por tanto tempo uma festa dos sonhos, mas ela precisa ser encarada com um gesto de responsabilidade e respeito ao bem-estar da humanidade.

Foi o que pensaram os noivos Tetê Ferrer e Ramon Alexandre, que precisaram adiar a cerimônia religiosa e a recepção do casamento uma semana antes do grande dia, após tomarem conhecimento dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil.

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“Foi uma decisão muito difícil para nós. Mas seria imprudente seguir com a festa depois de tudo o que aconteceu. A gente pensou primeiramente nos nossos convidados e em não contribuir para essa disseminação. Antes da nossa festa, vem a saúde dos nossos“, relata Tetê. Um dos fatores que pesou na decisão foi a confirmação de convidados de idade mais avançada (que estão incluídas no grupo de risco), como a avó do noivo, e de amigos de outros estados.

Com a ajuda e a compreensão dos fornecedores, o casal decidiu adiar a festa e a nova data será definida quando a situação se normalizar.

“Inclusive aconselhamos aos outros, que tem eventos e festas com data prevista para os próximos dias e meses, a fazerem o mesmo. Pois mesmo que nós dois não nos encontremos em grupo de risco, todos nós, ou até mesmo os convidados, temos familiares, amigos em situação de vulnerabilidade“, diz Ramon sobre a mudança de planos.

Adiar versus cancelar

Adiar é sempre melhor que cancelar compromisso e eventos, defende o produtor e head da Ideemov Eventos, Raí Meirelles. Essa é, inclusive, a recomendação que ele tem dado aos clientes. “Nós, da área de eventos, estamos nos unindo exatamente para falar sobre adiar e não cancelar. É uma campanha que estamos levando para as redes sociais para que as pessoas não desistam dos seus sonhos”, revela.

Embora admita que a situação é crítica para o setor de entretenimento, especializado em promover encontros, o profissional acredita que não há motivo para pânico. “Isso tudo é uma fase, cada um de nós precisa fazer a sua parte. O momento é de confinamento e de cumprir as orientações das autoridades, para que a gente saia de uma forma rápida dessa pandemia”, pondera.

Gil Santos e Raí Meirelles driblam cenário alarmante para ajudar clientes (Fotos: Reprodução/Instagram)

Com os eventos de março adiados e os de abril suspensos, Raí detalha que a sua equipe trabalha em regime de home office oferecendo o devido suporte aos clientes para garantir a manutenção dos contratos com os buffets mesmo em meio à crise. “Nosso papel agora é tranquilizar os clientes até porque essa situação envolve o lado emocional deles. Há pessoas planejando um evento há meses e outras há anos. O momento é de serenidade, de calma, de pensamentos positivos e de reflexão sobre o nosso negócio e o bem da coletividade”, encerra.

O cenário de adiamento também é recomendado pela decoradora Gil Santos. “É muito melhor adiar o seu sonho do que ele virar um pesadelo. Não se desesperem, não fiquem tristes. Vamos se comunicar com os fornecedores, vamos mudar essas datas de eventos com consciência”, aconselha. Boa parte de seus clientes adiaram as comemorações para o segundo semestre, que historicamente é um período do ano bastante disputado para a área de eventos.