8 set 2021 | Notícias
Conhecido com o primeiro quindim original de Fortaleza, o Quindim Dona Olga nasceu de uma dificuldade financeira. A receita portuguesa acabou virando um sucesso em solo cearense nas mãos de uma família que veio para o Ceará do Rio Grande do Sul em 1975. Quem conta a história é Paloma Rêma, filha de Dona Olga, que deu nome à doceria, e atual diretora comercial do negócio.
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“Éramos uma família jovem e cheia de planos, mas depois de um tempo passamos por dificuldades financeiras, então pedimos a Deus uma solução. Abrimos a bíblia e pedimos uma palavra para o problema. Deus mostrou uma receita. Foi então que minha mãe, tia Cidália e minha avó, Clara, perguntaram o que havia de mantimentos na casa para fazer algo. Tínhamos todos os ingredientes do quindim e assim elas fizeram a primeira fornada do docinho”, relata.
A avó de Paloma foi a responsável por sair para vender a sobremesa, que fez muito sucesso. Ela retornou para casa com a bandeja vazia. “A maioria das pessoas não conhecia o docinho, mas, ao provarem, ficavam encantadas com seu sabor especial. Naquele momento descobrimos como viveríamos dali em diante”.
O pequeno negócio cresceu, a casa se tornou uma doceria, foi necessário a contratação de mais funcionários, que seguem na empresa até hoje, mais de 40 anos depois, e o pai de Paloma, Seu Taldo, assumiu a área comercial. “Todos os lugares e prateleiras eram decoradas com bolos, tortas, doces e salgados. Até hoje me lembro daquele cheirinho gostoso de bolo saindo do forno quando falo sobre isso. Houve épocas que tivemos mais de 100 restaurantes da cidade como clientes”, ressalta.
Quando os pais de Paloma completaram 30 anos de matrimônio, viajaram para os Estados Unidos, e a irmã mais velha dela, Tâmara Rêma Andrade, assumiu a produção. “Ela tem a mesma mão boa para doce, mesmo talento e delicadeza de Dona Olga”, contou, se referindo a mãe, que faleceu há três anos, mas se mantém viva na tradição da família. Tâmara hoje é diretora de produção da doceria. Seu Taldo, aos 82 anos, faz questão de participar diariamente da produção do doce. “Ele ainda dá continuamente ideias para incrementar as vendas”.
Paloma trabalhou durante 23 anos à frente de uma grande joalheria multinacional. Ela se aposentou e decidiu aplicar todo o aprendizado de anos no negócio familiar. Chegou a pandemia e ela garante que a decisão foi acertada. “Tem sido uma grande aventura e aprendizado, mas eu adoro isso! Adoro desafios, aprender coisas novas e pessoas diferentes. Muitos dos meus antigos clientes se tornaram também clientes do Quindim Dona Olga. É um outro tipo de joia que trabalho agora, mas não deixa de ser um joia também, pois o Quindim Dona Olga, na verdade, é um tesouro deixado por nossa mãe para nós. Tenho enorme orgulho de zelar por ele e de torná-lo cada dia mais admirado e saboreado”, celebra.
A diretora comercial também comemora que o Quindim Dona Olga faz parte da história de muitas famílias locais. “Meu pai soube conduzir a área comercial, levando e fornecendo os nossos deliciosos quindins nos melhores restaurantes, clubes e hotéis da cidade, além de participarmos dos momentos mais especiais como festas, casamentos e jantares da mesa de muitas famílias cearenses. Tivemos a honra de participar até mesmo do tradicional prêmio Sereia de Ouro duas vezes. Então o Quindim Dona Olga faz parte da memória gastronômica da nossa cidade”.