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O que é clamídia e como se proteger

27 jul 2021 | Notícias

Por Redação

Seu ginecologista já solicitou um exame de clamídia? Não? Deveria ter solicitado. Infecção silenciosa que infecta de 10% a 20% da população geral, a clamídia é uma das principais causas da infertilidade em mulher. Quem afirma é o Dr. José Eleutério Júnior, especialista em obstetrícia, ginecologia e citopatologia com qualificação em colposcopia, e diretor clínico do Laboratório Professor Eleutério. 

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“A clamídia é uma bactéria extremamente pequena, não visível no exame de prevenção. Além disso, ela é silenciosa, 80% das pessoas infectadas pela clamídia não sentem absolutamente nada na infecção aguda, aquela recente”. Porém, com o passar do tempo, ele destaca, a doença irá apresentar complicações. 

“Por exemplo, a mulher se infectou no início da vida sexual com 15 ou 17 anos, quando ela estiver com 30 anos vai querer engravidar, no entanto, não consegue porque a clamídia está associada à infertilidade. E, antes, quanto estiver com 26 ou 27 anos, ela vai ter dor, mas não sabe de onde vem essa dor porque não é visível nos exames de prevenção”, alerta o especialista.

Ele reforça ainda que a infecção também é causa de abortos de repetição: quando a mulher tenta engravidar várias vezes e não consegue. “Um dos maiores causadores de aborto de repetição é uma história pregressa de infecção por clamídia e as complicações que ela traz”, pontua.  

 Dr. José Eleutério Júnior, especialista em obstetrícia, ginecologia e citopatologia com qualificação em colposcopia, e diretor clínico do Laboratório Professor Eleutério. (Foto: Divulgação)

De acordo com o professor, quem apresenta a clamídia também está duas vezes mais propensa a desenvolver câncer no colo do útero, que afeta cerca de meio milhão de mulheres a cada ano no mundo, com a maior parte acontecendo dos 50 anos, segundo o Instituto Vencer o Câncer. “Se ela tem a clamídia e se infecta também com o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) de alto risco, que é persistente, tem o risco duas vezes maior de desenvolver câncer do que quem não teve clamídia”, explica. 

Rastreamento 

Para descobrir se a pessoa foi ou não infectada pela bactéria é precisar rastrear. Ou seja, oferecer o exame correto para aquelas mulheres com menos de 25 anos, visto que a doença afeta, sobretudo, mulheres nas primeiras relações sexuais. Os exames de clamídia são feitos através de tecnologia biomolecular que tornam os resultados mais rápidos e eficazes.

“Há países que sugerem que o rastreio seja feito anualmente até a mulher completar 25 anos. Já o Brasil não faz, mas deveria fazer. Outro fator que deveria levar as mulheres a procurarem esse exame é a quantidade de parceiro ou a troca, visto que cada parceiro aumenta em até três vezes o risco de infecção por clamídia. Se você teve ou tem mais de um parceiro, é importante que faça o rastreio”, pontua. 

Os exames de clamídia são feitos através de tecnologia biomolecular. (Foto: Igor Dantas)

“A clamídia também causa partos prematuros, cultura prematura de membranas e morte neonatal, por isso é importante fazer o teste da clamídia na gestação, infelizmente muita gente não faz, mas deveria porque a clamídia pode ir até ir embora espontaneamente sem tratamento, mas todas essas complicações ficam. Além disso, o parceiro também precisa ser tratado, por se tratar de uma doença sexualmente transmissível”, reforça. 

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O que torna a procura pelos exames difíceis, salienta, é a ausência de sintomas. “Cerca de 80% das infecções são assintomáticas. Poucas pessoas têm sintomas, e quando os têm, são inespecíficos: corrimento, sangramento na relação sexual, dor na barriga. O ideal é sempre oferecer o exame, e a mulher procurar fazer a pesquisa da clamídia. O resultado sendo positivo trata-se com antibióticos, depois do tratamento faz o acompanhamento para que a doença seja totalmente curada, ou seja, em outro exame o resultado tem que ser negativo”, afirma. 

Quando procurar o médico 

Para além da infecção por clamídia, as mulheres são anualmente acometidas por outras doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, segundo o professor, as mulheres devem procurar o ginecologista antes mesmo do início da atividade sexual, antes de iniciar a adolescência, com 11 ou 12 anos. “Se não sentiu nada e não apresenta nenhum sintoma, o ideal é que vá ao profissional para receber orientações sexuais, ou seja, informações sobre a vacina contra o HPV; menstruação, entender que pode ser irregular no início; e aos 14 anos, por exemplo, já iniciar uma conversa sobre os métodos contraceptivos”, orienta.

Já a prevenção contra o câncer, só deve ser pauta com mulheres que já iniciaram a vida sexual. “Em todas as fases da vida da mulher ela vai ter algum probleminha que precisará prevenir. Então, até os 25 anos é necessário existir uma prevenção contra clamídia. Aos 40 anos, inicia a prevenção do câncer de mama. E aos 50 anos a prevenção do câncer de colo do útero e menopausa. Vale lembrar que mais importante do que o diagnóstico de qualquer uma dessas doenças, é a prevenção, porque evita todas as complicações”, reforça.

“Não é só quem tem vida sexual ou algum sintoma que precisa procurar o ginecologista, pode ser em qualquer época da vida”, finaliza. 

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