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Quatro blocos que definem a identidade do Carnaval de Fortaleza

15 fev 2020 | Notícias

Por Redação

Fortaleza em época de Carnaval é uma cidade de encontros. A diversidade de corpos, ritmos e vozes inunda a rua de maneira intensa como em nenhum outro período do ano. Por isso, falar de folia na capital cearense é falar de uma identidade dissidente, que rompe padrões e coloca os foliões para dançar em ritmo de marchinha, samba enredo, brega e até pop.

Bloco das Travestidas. Fotos: Reprodução/Instagram

“As pessoas nos assistem porque sabem que em cima do palco tem pessoas como elas também”, reflete o ator Rodrigo Ferrera, intérprete da drag queen Mulher Barbada e integrante do Bloco das Travestidas, que embala o carnaval fortalezense há quatro anos, misturando hits e performances teatrais. Com um repertório que toca desde Elza Soares, Luedji Luna a Pabllo Vittar, o grupo levanta a bandeira da representatividade.

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“A gente queria criar um bloco que fosse diverso e tivesse pessoas trans, drag queens e LGBTs em cima do palco. Essa foi a primeira intenção: criar um bloco genuinamente LGBT na cidade de Fortaleza”, explica Rodrigo. “Ganhamos um aval forte dos órgãos públicos porque eles veem que representamos uma parcela da sociedade e que estamos inseridos não só no teatro, mas também na música e nas festas”.

O bloco, que é um desdobramento do coletivo artístico As Travestidas, tem como vocalistas Rodrigo (Mulher Barbada), Silvero Pereira (Gisele Almodóvar) e Denis Lacerda (Deydianne Piaf). Outros integrantes do coletivo compõem o corpo de baile. A novidade deste ano é a banda Selva Beat, composta apenas por mulheres lésbicas, que comanda o som do bloquinho. “Apesar de levantar a bandeira LGBT, é um carnaval que fala para todo mundo”, enfatiza Rodrigo.

De volta às raízes

Já o Bloco Iracema Bode Beat, criado em 2017, perpetua o imaginário alencarino homenageando a história cearense. “É um bloco que surgiu não só no intuito de ocupar a Praia de Iracema, mas enaltecer a cultura cearense, que é representada pelos seus personagens e histórias”, comenta Nayra Costa, vocalista do grupo juntamente com o cantor Daniel Groove.

Para honrar essas raízes históricas, o grupo sai na rua em uma mistura de espetáculo e show, com tributo a ícones como Iracema (Yasmin Shyrran), Bode Ioiô (Evan Teixeira), o poeta Mário Gomes (Murilo Ramos) e ainda personagens fictícios, como a Gata do Brilho (Natália Escóssia) e a Gata do Fogo (Samara Garcia). Entre músicos, performers, artesãos, figurinistas e produção, o bloco mobiliza de 30 a 40 pessoas todos os anos.

Iracema Bode Beat. Fotos: Divulgação

O repertório, segundo Nayra, homenageia artistas de gerações atuais – como Danilo Guilherme e David Ávila – e passadas – tais como a Banda Alta Tensão, Raimundo Soldado e Pinduca. “Pegamos as músicas de Carnaval mais relevantes para mim e para o Groove e juntamos. Vai das nossas músicas próprias, passando por Jorge Maravilha e o Canto da Cidade até chegar em versões carnavalescas de Michael Jackson, Steve Wonder… ai é muito divertido!”, se empolga a artista.

Boemia e tradição

A história do bairro mais boêmio de Fortaleza, o Benfica, se confunde um pouco com a criação do bloco Unidos da Cachorra. “É um bloco que nasceu pequeno, em 1997, na Rua Marechal Deodoro, no Benfica, mais conhecida na região como Rua da Cachorra Magra”, conta Felipe Pontes, membro da diretoria executiva do grupo.

Com o passar dos anos, as apresentações em bares evoluíram para grandes shows, ocupando mais e mais ruas da cidade, inclusive a Praia de Iracema. “Dando continuidade ao propósito maior do bloco que é fazer carnaval de rua, junto com o povo, ocupando o espaço público“, complementa Felipe.

Bloco Unidos da Cachorra. Fotos: Divulgação

Em 2016, a Unidos da Cachorra foi eleita Patrimônio Cultural da Cidade pela Câmara Municipal. Atualmente, possui 200 ritmistas, que embalam a folia com um repertório de tradição, com muito samba enredo, mas sem deixar de lado novos ritmos. “A bateria também toca sucessos que vão do pop, pop rock, forró e baião, com instrumentos e ritmo de samba. Levamos o samba raiz sem perder de vista a mistura de todos os ritmos que representa cada um de nós na avenida”.

O Benfica também é recanto do Luxo da Aldeia. Com uma trajetória de 13 anos e um compilado de músicas que honram os artistas e compositores cearenses, o bloco toca acompanhado de uma legião de fãs, que sempre se mobilizam para colocar o Luxo na rua. “O público vê nessas músicas um pouco da nossa história, da nossa identidade, sente-se valorizado e, de certa forma, orgulhoso de nossos compositores”, comenta o cantor e guitarrista Mateus Perdigão, um dos fundadores do grupo.

Luxo da Aldeia. Foto: Reprodução

Em cima do palco, o Luxo da Aldeia já promoveu encontros marcantes com artistas que fizeram história na cena local, como Fausto Nilo, Moraes Moreira e Chico César. “Também destacamos a apresentação do Luxo no Carnaval do ano passado, lá no Aterrinho. Foi incrível ver aquela multidão cantando Velho Palhaço, composição de Paulo Gomes, que traz um pouco da nostalgia e da melancolia do Carnaval. Essa melancolia que a gente sente quando acaba, que vai se transformando em saudade e alegria quando o próximo Carnaval se aproxima”, relembra Mateus.

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