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‘Desço o morro para engolir a cidade’, afirma Helena Barbosa, superintendente do Dragão do Mar

26 jul 2023 | Poder

Por Carolina Passos

Em entrevista a Plataforma MT, ela falou sobre a importância de ser reconhecida como uma mulher que sempre esteve à frente de projetos sociais e culturais e o que a levou a ingressar na área

A nova gestora do CDMAC possui uma longa experiência em gestão publica e um currículo extenso
quando o assunto a cena artística (Foto: Luiz Alves)

No último dia 25 de julho foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Uma data carregada por simbolismos caros ao movimento negro, de mulheres que lutam todos os dias por igualdade social e de gênero, contra o racismo e o sexismo. E um exemplo de resistência, força e determinação é Helena Barbosa, Superintendente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC).

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Helena Barbosa assumiu o cargo no dia 23 de janeiro de 2023 e vem desempenhando um trabalho fundamental no equipamento cultural, sempre tendo o diálogo como lugar central na sua gestão, buscando firmar pactos coletivos pela democratização das ações e fortalecimento das políticas de artes e, em especial, pela implementação de uma política de território.

Quem é Helena Barbosa?

A nova gestora do CDMAC possui uma longa experiência em gestão pública e um currículo extenso quando o assunto é a cena artística. É graduada em Ciências Sociais (UFC) com pesquisa nas áreas da Antropologia Visual, Cultural e Política; e especialista em Gestão Cultural Contemporânea.

Em entrevista a Plataforma MT, ela falou sobre a importância de ser reconhecida como uma mulher que sempre esteve à frente de projetos sociais e culturais e o que a levou a ingressar nessa área.

“Eu ingressei nas Ciências Sociais, inicialmente, por conta da possibilidade que se abria para combinar audiovisual e Antropologia Visual. A primeira vez que escutei falar em Antropologia foi no curso que fiz na Vila das Artes, em 2007, e aquilo me instigou. À época, a oferta de graduações mais diretamente voltadas para o audiovisual eram limitadas, então, a partir da Antropologia Visual, e também em virtude do meu interesse pela Gestão Pública, que foi crescendo, as Ciências Sociais surgiram como um caminho para essa conexão”, declarou a superintendente do Dragão do Mar.

Helena é graduada em Ciências Sociais (UFC) com pesquisa nas áreas da Antropologia Visual,
Cultural e Política (Foto: Luiz Alves)

Helena costuma dizer que “desce do morro para engolir a cidade”. E foi assim que ela conseguiu realizar todos os seus sonhos. Cria do bairro Castelo Encantado e apaixonada pelo audiovisual, foi em busca de mais experiências na área e quebrar barreiras sociais. “Isso tem relação com apetite pela descoberta do novo, ao mesmo tempo que se conecta com um cenário de carência. Eu não fazia ideia do que era Audiovisual, mas, aos 14 anos, tinha duas convicções: o desejo próprio do efeito de exploração do desconhecido e a vontade de agarrar a oportunidade do primeiro emprego que o curso ofertava”, afirmou.

Seu primeiro trabalho foi no Programa Megafone da TV Cultura, e lá desempenhou vários papéis ligados à área e, logo após, integrou a primeira turma do curso de Audiovisual do Complexo Vila das Artes. “Sou cria de um Ponto de Cultura. Em outras digestões e afluências, continuo descendo o morro para engolir a cidade”, declarou Helena.

Para a pesquisadora, estar à frente de projetos sociais é uma trajetória longa, construída aos poucos, e a verdadeira liderança precisa conhecer processos e fluxos, já que a experiência fundamenta um pensamento estratégico e pragmático.

Vivências da periferia

O Centro Dragão do Mar é hoje um dos equipamentos culturais mais importantes da cidade de Fortaleza e, para Helena, uma mulher negra com vivências na periferia, toda sua experiência auxilia o movimento de repensar a ocupação desse território e de como, nesse posto, ela pode mediar a acessibilidade do equipamento para as minorias que antes não se sentiam parte desse processo.

“Uma rede de apoio e confiança são vivências que também fundamentam as tecnologias de sobrevivência que, hoje, são base de qualquer construção técnica ou criativa traçada por mim. Na minha perspectiva, a coletividade é o princípio máximo para efetivar qualquer política que empreenda uma democracia cultural”,

diz Helena Barbosa.
Helena também atuou como gestora cultural do Porto Dragão (Foto: Luiz Alves)

Helena ainda acrescenta que ampliar as possibilidades de atuação para mulheres negras no mercado de trabalho é uma das formas de avanço de inclusão da sociedade com oportunidades em cargos qualificados em que possam contribuir de forma significativa.

“Que elas possam ocupar um cargo em que seja delas o direito de falar por si próprias e ter legitimidade em construir suas narrativas. A mulher negra e periférica, geralmente, em sua trajetória, acumula funções. Cuida de casa, dos irmãos, estuda e trabalha. Então, quando ascende no trabalho é uma grande conquista, pois nessa corrida foi necessário levar o mundo com ela o que a obriga a correr bem mais”, afirma.

E agora que cada vez mais mulheres estão se tornando protagonistas no mundo corporativo, ao assumir cargos de gestão antes dominados apenas pelo sexo masculino, Helena afirma e aconselha que vivenciar cada experiencia profissional, fundamentar pensamentos e ampliar repertórios é a forma certa de criar uma trajetória de sucesso.

“Domine a sua área de atuação. Estude. Fundamente seu pensamento. Amplie seus repertórios e em nenhuma medida seja rasa. Não pule fase. Vivencie cada experiência, porque são essas vivências que te trarão metodologias de sobrevivência para novas fases. E quando chegar lá você vai estar preparada”, declarou a pesquisadora.

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