23 maio 2023 | Poder
A pesquisa da Forbes Mulher indicou crescimento de 4% em cargos de presidência em empresas de pequeno porte, capital fechado e no setor de serviços
Lançado na última sexta-feira (19), a Forbes Mulher apresentou os resultados do Panorama Mulheres 2023 que indicou um crescimento relativo à liderança feminina, entre 2019 e 2022. As mulheres passaram de 13% a 17% dos CEOs em empresas de pequeno porte, capital fechado e no setor de serviços.
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“E a tendência é claramente ascendente. No próximo ano, a proporção deve passar de 20%”, disse Fernando Ribeiro de Leite Neto, professor e pesquisador no Insper em entrevista a Forbes.
Esse visão otimista também vale, segundo Fernando, para outros cargos de liderança. Mulheres passaram de 23% dos vice-presidentes do país em 2019 a 34% em 2022, e de 16% dos conselheiros a 21%. A única porcentagem que se manteve foi na diretoria, em 26%.
“A pesquisa mostra que as ações afirmativas funcionam”,
disse Renata Camargo, CEO da Black ID, no painel de lançamento do estudo.
Ana Paula Diniz também pesquisadora da Insper conta que apesar do crescimento a pandemia foi prejudicial no avanço da equidade de gênero do mercado de trabalho em muitos países. Em 2020, mulheres mais seniores tinham probabilidade 50% maior do que os homens de parar suas carreiras ou deixar a força de trabalho devido à Covidpandemia, conforme o relatório Women in the Workplace. “Pesquisas no mundo todo mostram que, em momentos de crise, as mulheres são as primeiras a ser colocadas de fora”, afirma a pesquisadora do Insper.
Os dados mostram uma vitória para o público feminino, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido quando se trata de diversidade. “Nossa intuição inicial era de que talvez a gente tivesse andado para trás, então esse avanço é um motivo para comemorar. Mas, se avançamos, não avançamos da mesma forma para todas as mulheres”, segundo Ana Paula ressaltando a falta de diversidade racial na liderança corporativa.
Fernando Ribeiro afirma durante a entrevista que um dos caminhos para finalmente atingir essa equidade nas empresas é ter mulheres como CEOs que se importem e ajudem na causa.
Mesmo os homens ainda sendo a maioria dos líderes nas corporações, também são importantes para essas mudanças de fato acontecerem. “CEOs homens têm que patrocinar a causa para avançar no tema”, disse Rodrigo Vianna, cofundador do Talenses Group e CEO da empresa de recrutamento Mappit.
Segundo o Panorama 2023 a maioria das presidentes no Brasil está em empresas de pequeno porte, familiares, de capital fechado e no setor de serviços. Quanto maior a empresa, menor a participação de mulheres na liderança, como indica a tabela.
A pesquisa também notou que a liderança feminina é mais ativa em criar iniciativas voltadas para a diversidade de gênero durante a pandemia, com programas com foco na saúde mental, políticas de trabalho flexível e equilíbrio entre vida profissional e trabalho doméstico.