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Hotéis de luxo no Brasil estão com melhor resultado financeiro da história, diz Ferreirinha

13 mar 2022 | Lifestyle

Por Jacqueline Nóbrega

Para Carlos Ferreirinha, o ritmo de ocupação nesses empreendimentos marca um novo capítulo nos destinos de turismo de luxo nacionais

Gastronomia, hospitalidade e diferenciação em todos os detalhes são alguns requisitos buscados por turistas em empreendimentos de luxo, de acordo com Carlos Ferreirinha. (Foto: Reprodução/ Instagram @carmelcharme @flaviafonteles)

Efeito da pandemia de Covid-19, o fluxo de viagens dentro do Brasil trouxe impactos positivos para o segmento turístico nacional, especialmente para um setor: o de hotéis de luxo. Na avaliação do ex-executivo da Louis Vuitton no Brasil e fundador da MCF Consultoria, Carlos Ferreirinha, os resultados são claros e já temos a “melhor taxa de ocupação e resultados financeiros da história da hotelaria do luxo nacional“. “O ritmo deve seguir sendo esse, não tão forte como o momento atual, mas definitivamente marcando um novo capítulo nos destinos de turismo de luxo do Brasil”, disse em entrevista ao Site MT.  

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Segundo Ferreirinha, os turistas buscam alguns pré-requisitos ao se hospedarem nesse estilo de empreendimento, como comprometimento imperativo com a excelência; diferenciação clara; elevado patamar de serviços; gastronomia singular; hospitalidade afetuosa e obsessão por detalhes em todos os pontos de contato. “O mínimo e o básico feitos na exaustão do extraordinário. Elementos de escassez”, define. 

Segundo Carlos Ferreirinha, já temos a “melhor taxa de ocupação e resultados financeiros da história da hotelaria do luxo nacional”. (Foto: Divulgação)

Com a faixa litorânea conhecida pelas paisagens únicas e até algumas praias pouco habitadas, o Ceará desperta, há muito tempo, o interesse tanto de investidores em empreendimentos de luxo como de turistas que buscam experiências exclusivas. Apesar de o Estado não ter dados oficiais de quantos empreendimentos turísticos de alto padrão estão instalados aqui, é possível listar vários que atendem requisitos como ter 5 estrelas em sites de hospedagem e diárias acima de R$ 1.500. 

Valorização do bem-estar

O francês Celian Chaufour, sócio-diretor do Grupo JMC – responsável pelos hotéis Vila Selvagem, Jaguaribe Lodge e Jaguaríndia, todos no Fortim -, concorda que a pandemia deu novo sentido para a valorização do bem-estar, das belezas e da infinidade de opções que o Brasil oferece. “Luxo é ter espaço, ter privacidade e bom atendimento, características que são encontradas nos hotéis de luxo. Em todos os empreendimentos da JMC levamos sempre isso em questão. O fato de ter uma área grandiosa e com número de acomodações reduzidas deu grande visibilidade para os hotéis durante a pandemia. As pessoas necessitam de espaço, ar livre, e zero aglomerações”, explica. 

O Ceará chamou atenção do grupo, que conheceu várias estados do Nordeste, pela costa litorânea. “Em Fortim e, especialmente Pontal de Maceió, identificamos um local com potencial excelente. Não apenas para desenvolver o turismo, mas para gerar novos empregos e trazer a economia para a cidade. Praias lindas, limpas, uma paisagem que inspira a todos. Aqui decidimos viver e incluir a costa leste do Ceará na rota do turismo nacional e internacional”.

Celian Chaufour é sócio-diretor do Grupo JMC, que comanda três hotéis de luxo no Ceará. (Foto: Divulgação)

Não à toa, o grupo já investiu mais de R$ 200 milhões na região ao longo de 15 anos, e se prepara para abrir o quarto hotel.

Régis Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) – Ceará, reforça que a prática do kitesurfe é outro motivo que alavanca o turismo de alto padrão no Ceará. “Você percebe que esses hotéis estão situados próximos do local de prática do kite. E esse esporte, por sua vez, atrai muitos estrangeiros, geralmente com um nível econômico bom”, explica. Segundo ele, a alta temporada dos ventos no Estado costuma iniciar entre junho e julho e vai até o fim do ano, se prolongando até janeiro, em alguns casos.

Em contrapartida a esses fatores, o presidente da ABIH-Ceará salienta que um dos grandes desafios que os empreendimentos de luxo enfrentam é a mão de obra qualificada para atuar nesses equipamentos. “Os hotéis têm que usar a mão de obra da região, não tem como deslocar diariamente os funcionários pra irem e virem de Fortaleza, por exemplo. O que eles geralmente fazem é investir em treinamento, e ter um responsável pela equipe”, conta. “Quando são estrangeiros, eles mesmo têm muita experiência ou trazem alguém de fora, que é uma espécie de gerente/professor que fica treinando incessantemente a mão de obra”.

Presidente da ABIH-Ceará, Régis Medeiros destaca o kitesurf como um dos elementos que atrai turistas de alto padrão para o Estado. (Foto: Arquivo MT)

Régis Medeiros destaca que, em termos de comparação, o Ceará está no Top 3 de estados brasileiros com boa estrutura hoteleira, ao lado de Alagoas e Bahia, mas lamenta que ainda não existam dados oficiais contabilizando os hotéis de luxo. “Sempre cobramos ao Governo do Estado fazer um inventário da oferta hoteleira do Ceará na totalidade, termos um Observatório do Turismo. Esses números seriam muito importantes, e, como ABIH, não temos essa estrutura”.

Roteiros de charme

De olho em turistas e empreendimentos que colocam o conforto e as experiências de luxo com prioridade, a Associação de Hotéis Roteiros de Charme lista, desde 1992, hotéis de luxo no Brasil que seguem critérios rígidos quanto ao conforto, qualidade de serviços e responsabilidade sócio-ambiental, de forma economicamente viável e sustentável. Dos 68 hotéis associados, cinco são do Ceará: Vila Selvagem, Zorah Beach Hotel, Jaguaribe Lodge, Carmel Charme Resort e Vila Kalango.

O diretor de Meio Ambiente da Associação, Luiz Penna Franca diz ser recente a adesão dos hotéis do Ceará à iniciativa. “Estamos presenciando a mudança cada vez mais rápida do padrão dos empreendimentos no segmento luxo. Dos cinco atuais [do Ceará], três deles entraram de 2020 para cá. Globalmente, vemos uma guinada na estratégia dos empresários do setor de turismo rumo à incorporação dos critérios de sustentabilidade em seus empreendimentos”. 

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Ele reforça, ainda, que o Estado tem potencial para atrair novos empreendimentos de alto padrão e hospitalidade, com todas as dimensões da sustentabilidade já inseridas desde o projeto. “Este é, sem dúvida, um pré-requisito para os novos empreendimentos. É impensável no mundo, hoje, que algum grupo empresarial no setor de turismo com visão de futuro invista em empreendimentos turísticos que não tenham a sustentabilidade como um norte principal a reger sua implantação”, defende. 

Pré-requisito

Já para quem escolhe e paga a hospedagem, o fator sustentabilidade ainda não é um pré-requisito para a escolha do hotel, segundo Luiz França, mas pode ajudar a desempatar uma escolha. “No pós-pandemia, os estudiosos das tendências de consumo apontam para o aumento crescente da consciência do viajante”. 

“A preocupação com a saúde própria e do planeta, com a prosperidade das comunidades nos destinos turísticos passa a fazer parte da bagagem em uma viagem. O turista consciente quer ser parte da solução para a sustentabilidade no destino visitado e não um peso a mais na estatística de impactos negativos sobre o meio ambiente e comunidade anfitriã”. 

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