4 maio 2020 | Notícias
Longe de ser supérflua ou dispensável, a moda tornou-se um setor importante para a economia e vai além dos números, abraçando sonhos e promovendo solidariedade. Para falar sobre esse mercado, a jornalista Lilian Pacce, autoridade no assunto, conversou virtualmente com a publisher do Site MT, Márcia Travessoni, nesta segunda-feira (4).
A live foi realizada no Instagram de Márcia , com apoio do Hospital Gênesis, e integra a programação do #MinhaCasaExperience, projeto criado pelo Site MT com conteúdos especiais para o período de isolamento social.
LEIA MAIS >> ‘Empatia é o caminho’, diz Camila Salek sobre estratégias no varejo durante a pandemia
Marcas alteram lançamento de coleções e datas de liquidações; veja novo calendário
Na conversa, Lilian falou sobre seu incentivo ao movimento #EuApoioaModaNacional, iniciativa criada pelo fashion designer Sandro Barros, e que tem movimentado as redes sociais de vários produtores de conteúdo em prol do mercado brasileiro.
“A moda foi uma das primeiras indústrias a pensar em como ajudar durante a pandemia. Não só o seu próprio time, mas todo mundo que está na linha de frente. A moda tem essa capacidade de mobilização e solidariedade“, afirma.
Reconhecendo a pluralidade e dimensão da moda nacional, Lilian falou sobre os impactos da pandemia nesse eixo. “A campanha que estamos apoiando é sobre essa cadeia que vai das rendeiras até as grandes empresas. Ela emprega 10 milhões de pessoas e 75% delas são mulheres. O mercado está com retração de até 90% de seu faturamento”, diz.
Durante a transmissão da live, a escritora também celebrou o último vídeo postado no seu canal do Youtube, nesta segunda-feira (4). Ele é “uma homenagem para quem faz moda no Brasil” e conta com a participação de 150 personalidades da área e celebridades, entre elas Camila Pitanga, Giovanna Ewbank, Thaila Ayala, Costanza Pascolato e Sabrina Sato.
Sobre os diferentes olhares pelo País, incluindo o Ceará, Lilian abordou o caminho que ainda deverá ser percorrido para uma valorização adequada do polo criativo brasileiro.
“Na última vez que estive aí no DFB foi uma coisa impressionante. Acho que a gente tem moda boa no Brasil inteiro. O bordado e a renda são muito valorizados lá fora. O que acontece para não ganharmos o cenário internacional? Acredito que a moeda é um dos fatores que dificultam o processo”.
Nada será como antes, segundo Lilian Pacce. No cenário pós-pandemia, sairão de cena marcas que não conhecem o seu DNA e surgirão no palco ações tecnológicas e criativas. “Esse é um momento bom para o mercado rever práticas que não servem mais e algumas marcas estão fazendo o dever de casa”.
Um exemplo dessas mudanças poderá ser refletido no mercado de luxo, segundo ela. “Quando surgir o fast fashion, que tem uma rotatividade maior, o mercado de luxo enlouqueceu e quis seguir essas normas. Mas o que é bom para um nem sempre é para o outro”.
Além de integração com a tecnologia, o próximo passo da moda, de acordo com Lilian, será “com melhores condições de trabalho e mais providência para a sustentabilidade”.