1 maio 2020 | Notícias
O presidente do Sistema Fecomércio Ceará, Maurício Filizola, apresentou em coletiva virtual, na manhã desta sexta-feira (1°), um documento com as premissas básicas para a retomada gradual do comércio no Estado. “Queremos uma reabertura responsável, que possa contemplar vários setores”, reforçou ele, antes de iniciar a apresentação.
De acordo com os dados exibidos por Filizola, no Ceará, a economia pós-Covid-19 deverá ter um impacto negativo de R$ 7,5 bilhões, com queda de 2,10% no PIB. No quadro mais pessimista, essa retração poderá atingir 4,2%, com um impacto negativo de R$ 11,1 bilhões.
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Filizola ainda reforçou que uma das principais demandas encaminhadas ao Governo é o adiamento do ICMS para os empresários locais. “Isso é uma demanda que vem da Federação e das instituições produtivas do Estado para que o governo colabore com as empresas, que nesse momento estão paradas. Não está havendo a circulação de venda para os clientes e tributos a serem pagos”.
Os dados apresentados no documento mostram ainda que as principais prejudicadas são as micro e pequenas empresas: 89% delas já registraram queda no faturamento mensal. “O capital ainda é muito restrito”, justificou.
Segundo pesquisa relizada pela Fecomércio-CE com 10.001 estabelecimentos/postos de trabalho em funcionamento durante a pandemia, os classificados como serviços essenciais, dos 40.630 funcionários, somente 209 foram diagnosticados com a Covid-19, sendo que desse total não houve óbito.
“O percentual do número de colaboradores infectados pelo vírus é de 0,5%. Esse número não é alto porque as empresas estão cuidando de seus colaboradores. Elas estão fornecendo EPIs, dando palestras em relação à educação quanto às normas de saúde e ao cuidado pessoal dos trabalhadores e seus familiares. Muitos delas fornecem transporte. Dentro da empresa disponibilizam álcool em gel, marcam o espaço pra distanciar o atendimento, o atendimento é feito praticamente individual. São normas que queremos levar para o grupo de trabalho para que direcione as empresas que querem voltar”.
Filizola também salientou que o Governo Federal fez um acréscimo de atividades consideradas essenciais, em 28 de abril. São elas: serviços de comercialização, reparo e manutenção de partes e peças novas e usadas e de pneumáticos novos e remoldados; locação de veículos; atividades de comércio de bens e serviços; manutenção e assistência técnica automotiva; atividades de produção, distribuição e comercialização e produção, distribuição, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou por meio do comércio eletrônico de materiais de construção. O presidente ainda pontua que a abertura dos estabelecimentos no segmento de locação de automóveis é urgente. “Essas atividades tem o por quê de serem colocadas como serviços essenciais. Trazemos esse clamor da classe empresarial para a volta ao trabalho já dentro desse novo decreto”.
Filizola pontuou algumas sugestões da Federação para uma retomada gradual do comércio, como: compatibilizar a saúde e economia; a retomada depende e deverá considerar a situação e a capacidade dos serviços de saúde; avaliação das regiões do Estado por nível de risco; acompanhamento de mapas de calor sobre o crescimento da Covid-19 e avaliação constante das regiões onde é necessária a manutenção do isolamento. “Nós não podemos pensar somente na saúde porque a economia também tem seu papel importante“.
Por fim, ações realizadas pelo Sistema Fecomércio durante a pandemia foram destacadas, como o projeto Tudo em Casa Fecomércio; o Mesa Brasil, que já arrecadou 315 mil quilos de alimento e beneficiou cerca de 310 instituições de 42 municípios do Ceará; a retomada do Restaurante Sesc Centro, que oferece refeições de alto valor nutritivo a baixo custo, e das Clínicas de Saúde Sesc que em 7 dias atendeu 30 consultas de emergência odontológicas.
O projeto Sintonia do Bem, que inicia com apresentação de Waldonys e Jessier Quirino nesta sexta (1º), também foi lembrado pelo presidente, assim como a ação Costuras do Bem e os cursos EAD gratuitos promovidos pelo Senac-CE.
Também durante a manhã de sexta-feira (1º), o governador Camilo Santana usou as redes sociais para se posicionar sobre o isolamento social e deixou claro que as regras podem se tornar mais duras, o que levantou a possibilidade de enfrentarmos um possível lockdown nos próximos dias.
“Informo aos cearenses que se tiver que tomar medidas mais duras de isolamento para enfrentar essa pandemia e proteger nossa população irei tomar. Não recuarei um milímetro nessa missão. Baseado sempre em fatos e na ciência. Tomarei todas as decisões que possam ajudar salvar vidas“, escreveu.