Márcia Travessoni – Eventos, Lifestyle, Moda, Viagens e mais

George Azevedo, Melk Zda e Concursos dos Novos também fizeram parte
da programação oficial do evento

No terceiro dia de evento, as passarelas do DFB Festival receberam Melk Zda, Bruno Olly, George Azevedo e David Lee, além dos primeiros participantes do Concurso dos Novos – IFRN, SENAI RN, UCS e UFCA. Os desfiles trouxeram o melhor da moda autoral brasileira para o Centro de Eventos do Ceará, reafirmando a relevância do DFB como hub de talentos.

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Concurso dos Novos: IFRN, SENAI RN, UCS e UFCA

Todos os anos, o Concurso dos Novos reúne alunos de cursos de moda vindos de diferentes regiões do país. Nesta edição, 8 equipes apresentaram seus trabalhos nas passarelas do DFB Festival, mostrando o potencial – e o talento – dos futuros nomes da moda autoral brasileira. Iniciando os desfiles da categoria, IFRN, SENAI RN, UCS e UFCA trouxeram suas interpretações do tema “Inteligência Autoral”.

Com a coleção “O Último Traço”, os alunos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) exploraram o luto e suas emoções numa intersecção entre arte e tecnologia, criando peças volumétricas em cores ora vibrantes ora sóbrias, transformando vestuário em sentimento palpável. O SENAI RN, do mesmo estado, colocou em cena a dicotomia entre o tema, “Inteligência autoral”, e a Inteligência artificial, trazendo a figura icônica do sertanejo para o primeiro plano. O resultado foram peças regionais com um toque futurista e teatral, complementadas por máscaras, fitas de led e até mesmo um cachorro robô!

A Universidade de Caxias do Sul (UCS), do Rio Grande do Sul, trouxe a coleção “Íris: O Olhar da Criação”, que se desdobrou em oito looks inspirados na íris, a parte “colorida” dos olhos. As peças de alfaiataria em tons sóbrios foram confeccionadas em lã de ovelha, recebendo pontuais aplicações de brilhos prateados. Por fim, a cearense Universidade Federal do Cariri (UFCA), que já venceu em anos anteriores, desfilou a coleção “Exauria”, explorando a relação entre o trabalho criativo exaustivo e o tema da edição. As peças amplas foram elaboradas sobretudo em crochê, técnica utilizada para criar mangas, golas, blusas e cordas aplicadas em sapatos e roupas inteiras. Tons como cobre, terracota e ocre, além do cru, foram usados em looks monocromáticos repletos de texturas e shapes orgânicos.

Melk Zda

Melk Zda transportou a passarela para a Praia de Boa Viagem. Anêmonas, corais, recifes, tubarões… Vida marinha que inspirou as formas, cores e silhuetas da coleção. As peças, ora fluidas, ora estruturadas, mostram a maestria do designer pernambucano em explorar a estética e a beleza da temática e do conceito geral. Tops e saias feitas em cordas impressionam, assim com os vestidos em tule e renda, finamente trabalhados, numa mistura entre conceitual e comercial.

Bruno Olly

O desfile de Bruno Olly pode ser definido em uma palavra: atitude. Mesclando alfaiataria e streetstyle, as peças apresentadas vinham numa variedade de materiais: jeans, malha, tecido plano e couro, poucas estampas e modelagem perfeitamente executada. Os modelos, que desfilavam em passo ritmado e cheio de carisma, incorporaram o mood fashion-funk nostálgico direto dos anos 90. Falando de sonhos, sucesso e celebração, “Linha de Vento” firma – mais uma vez – a potência criativa que é Olly na cena autoral cearense.

George Azevedo

Na terceira noite de desfiles, o estilista George Azevedo trouxe a história da ocupação de Parnamirim (RN) pelo exército estadunidense durante a Segunda Guerra Mundial para as passarelas, reimaginando estampas camufladas e shapes militares em peças de streetwear embebidas pelo imaginário popular nordestino. Em cores vibrantes e estampas maximalistas, as peças de Azevedo deram um novo viés ao período histórico, olhando-o com consciência e curiosidade artística.

David Lee

Em “DIAGONAIS”, coleção apresentada no DFB 2025, o veterano David Lee imprime novos olhares para o fazer manual e para a herança nordestina que é parte fundamental de sua essência enquanto criador de moda. Mesclando linguagens e saberes, Lee bebe da alfaiataria clássica e da artesania do crochê, criando peças casuais e funcionais, mas sem perder os traços artísticos presentes no próprio ofício. O desfile fala de pertencimento e do tempo; da permanência e da atualização de estilos para os novos tempos.

Confira mais fotos do terceiro dia, por Roni Vasconcelos.