21 maio 2020 | Poder
Impactado negativamente com a expansão do novo coronavírus, o setor de energias renováveis apresentou uma queda na demanda e um aumento na inadimplência pelos usuários, de acordo com o fundador da Associação Brasileira de Energia Eólica, Lauro Fiuza Júnior. Apesar do cenário atual, projeta o empresário, o setor deve crescer após a crise ocasionada pela doença.
Segundo ele, no Brasil, o segmento foi liberado para continuar ativo. Entretanto, houve um certo estresse da cadeia constituída pelas distribuidoras, no caso do estado do Ceará, a Enel. “Com a queda da demanda, que caiu muito pelo fato das indústrias de comércio estarem fechadas, a grande parte, houve queda de demanda e houve também o aumento da inadimplência. Muitos consumidores deixaram de pagar“.
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Para evitar que as distribuidoras arcassem com esse prejuízo e não transferissem os valores para as transmissoras e para as geradoras, explica, o governo publicou uma linha de financiamento às distribuidoras, para não deixarem elas terem problemas. O financiamento, destaca, serão pagos ao longo de cinco ou seis anos, e irá para a tarifa.
“A cadeia de geração de energia, transmissão e distribuição está sendo socorrida pelo governo. […] Nós tivemos um estresse, de ameaça de paralisação, que seria um desastre, já que o país para se as geradoras pararem. Não tem hospital, você pode imaginar as consequências. Ficou muito evidente que energia é básica para a vida humana”.
Quanto à estabilidade do sistema, garante Lauro Fiuza Júnior, está tudo sob controle, sem déficits orçamentários. Sobre o futuro, ele projeta que haverá um longo período de recuperação da economia. Mesmo a indústria voltando, relata, as contratações de energia serão ajustadas.
No que diz respeito à energia renovável em si, considera, é uma área que vem seguindo uma crescente, uma vez que o apetite por renovável no mundo inteiro é muito grande. De acordo com o empresário, as previsões é que tanto energia solar quanto eólica cresçam bastante dentro da matriz.
“O mundo inteiro tá caminhando para isso, para evitar poluição, custos mais elevados, o uso de petróleo. O Brasil vai mudar a matriz dele pra geração térmica a gás natural, que nós temos um potencial muito grande. Devemos ser o 4º ou 5º no mundo em 2025, com o que o vem do pré-sal”.