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Ticiana Rolim ajuda a articular lei estadual que visa melhorar o desenvolvimento de negócios de impacto social

25 set 2021 | Poder

Por Redação

Em entrevista ao Site MT, Ticiana Rolim detalha os próximos passos da nova Política Estadual de Negócio de Impacto no Ceará, que contou com sua articulação para ser viabilizada. (Foto: Divulgação)

A fim de regulamentar e criar espaço para negócios de impacto social, foi aprovada a Política Estadual de Negócio de Impacto no Ceará, cuja proposta foi aprovada na última semana, em sessão plenária da Assembleia Legislativa estadual. A proposta visa articular os órgãos do setor público, da iniciativa privada, o Terceiro Setor, as universidades e a sociedade civil para promover um ambiente benéfico ao desenvolvimento de investimentos e negócios de impacto. Quem está por trás da nova lei é a empresária Ticiana Rolim, que, desde 2017, comanda a Somos Um, cujo propósito é proporcionar o empoderamento das pessoas a partir do empreendedorismo. 

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Os negócios de impacto crescem em número nos últimos anos, e o Nordeste vem ganhando destaque impulsionado por iniciativas como a da Política Estadual de Negócios de Impacto no Ceará. Nacionalmente, o Sistema B Brasil vem conduzindo esse debate e a disseminação desse conceito de economia mais equitativa, inclusiva e regenerativa para as pessoas e para o planeta nos negócios de impacto. 

No Ceará, o tema ganhou relevância com o surgimento da Somos Um. A iniciativa se baseia num modelo de fazer negócios com a finalidade de resolver problemas sociais e não apenas maximizar o lucro. “Quem não incluir impacto no seu modelo de negócio por consciência, vai precisar fazer por sobrevivência, das pessoas e dos negócios”, alerta a executiva. 

Ticiana Rolim foi se conectando com o ecossistema de impacto e, em 2020, em conversa com Marcel Fukayama, então Presidente do Sistema B Brasil, trouxe a pauta do Comitê de Investimentos e Negócios de Impacto a Nível Nacional – Enimpacto, e prontamente ela decidiu trazê-la para o Ceará, para fomentar o ecossistema de impacto no Estado. Hoje ela já foi aprovada nos seguintes estados: Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Distrito Federal, e, após conversas com a equipe do Sistema B Brasil para analisar a viabilidade da implantação no Ceará, procurou o Deputado Estadual Salmito Filho, que se sensibilizou com a pauta e enxergou como um instrumento para redução da pobreza no Ceará por meio dos negócios, concordando em ser o representante do executivo a apresentar a lei.

Próximos passos

Em entrevista ao Site MT, Ticiana explicou que a lei determina a criação de um comitê multilateral, composto por um representante e um suplente da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará (SDE); da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz); da Junta Comercial do Estado do Ceará; da Universidade Estadual do Ceará (UECE); do Tribunal de Contas do Estado do Ceará; da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); da  Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio); da Federação das Câmaras Lojistas; do Sebrae Ceará; do Comitê de Investimentos e Negócios de Impacto a Nível Nacional — Enipacto; da Universidade Federal do Ceará (UFC); de organizações da sociedade civil; e outros agentes.

“É justamente para pensarmos, juntos, em soluções reais e efetivas para apoiar e fomentar os negócios de impacto”, disse. 

O próximo passo da nova lei, pontua, é a construção do comitê. “Estamos convidando as pessoas dos respectivos setores e, a partir daí, começaremos a pensar na criação das políticas públicas. Cada um dos envolvidos poderá mover ações para fomentar os negócios de impacto. Esse comitê vai desenhar políticas que sejam, claro, viáveis financeiramente e sejam direcionadas para negócios de impacto. Assim, nós poderemos aumentar o número de negócios que geram impacto positivo no Ceará, reduzindo a pobreza e a desigualdade social”, projeta. 

Liderança 

Além de CEO da Somos Um, Ticiana Rolim também é a atual diretoria de Impacto e Gente, do Grupo C.Rolim Engenharia, com foco em promover impacto socioambiental positivo por meio das ações da empresa. Se o Ceará avança – e é reconhecido – por criar negócios de impacto de modo a gerar benefícios sociais e ambientais ao mesmo tempo em que proveem resultado financeiro positivo e de forma sustentável, a culpa é dela, no melhor sentido possível, por unir forças e ser “ponte”, como ela mesma afirma. 

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“Montar um exército de empreendedores sociais para conseguir mudar o nosso sistema econômico, tornando-o mais justo e equilibrado para todos. Esse é o meu objetivo, o que me faz acordar todo dia de manhã com alegria e empolgação”, disse Ticiana Rolim ao Site MT. (Foto: Divulgação)

“As pessoas costumam me chamar de “ponte”. E eu, de fato, me considero uma ponte de conexão entre pessoas, entre organizações. E se tem uma coisa que eu acredito é que os problemas sociais são muito complexos e nenhum setor vai resolvê-los sozinho. Então, se o poder público, ou a iniciativa privada, as Organizações Não Governamentais (ONGs), as universidades se isolarem, cada um fazendo o que acredita, ninguém terá o resultado que teria se todos trabalhassem juntos. Mas se esses agentes se unem, o resultado pode ser bem melhor, entende?”, questiona Ticiana. 

Na Somos Um, diz ela, existe uma mandala, em que a empresa coloca o problema no meio e a conexão com o poder público, privado, universidades, terceiro setor e sociedade civil ao redor. “Todas essas articulações são extremamente importantes porque para resolver problemas complexos, nós precisamos nos unir. O que o poder público pode dar é diferente do que o privado pode dar, mas se nos unirmos e colocarmos os talentos que cada um possui e os instrumentos que cada um tem, em prol daquele problema, teremos muito mais sucesso na solução do problema. Consequentemente, teremos uma sociedade mais justa e com mais igualdade de oportunidades”, atesta. 

Desafios 

Com o Ceará avançando nesse ecossistema, e ações efetivas em pleno desenvolvimento, ela revela esperar que haja mais investimentos públicos e privados focados em negócio de impacto a fim de promover uma economia mais inclusiva, equitativa e regenerativa para as pessoas. “A maior dificuldade ainda é a falta de conhecimento sobre o assunto. Esse é um assunto relativamente novo. Então, as pessoas ainda julgam que se você é uma empresa, seu objetivo é somente ganhar dinheiro. Já se você é ONG, seu objetivo é somente resolver um problema social. Nós estamos trazendo uma pauta nova. Nós queremos dizer às empresas que elas precisam aprender a gerar e a medir o impacto social. Também queremos dizer às ONGs, que elas podem criar negócios sociais para garantir a sustentabilidade financeira das ONGs. E isso chamamos “setor 2,5””, explica.

Para resumir, ela diz que é preciso “unir uma cabeça voltada para os negócios e um coração voltado para o lado social”, pontua. “Ainda é difícil alinhar todo mundo com o conceito, com a crença de que, sim, a gente pode ganhar dinheiro e mudar o mundo ao mesmo tempo”, projeta. 

Reconhecimento

Por ser uma grande liderança feminina no Estado, Ticiana Rolim recentemente entrou na lista das 10 melhores mulheres executivas do Ceará, pelo Site MT. Sobre a indicação, ela diz ser positivo o reconhecimento, mas aumenta a responsabilidade sobre a própria atuação profissional. 

“Temos um desafio enorme pela frente nos próximos anos, nessa economia que precisa ser ressignificada, reconstruída. Precisamos romper uma série de paradigmas, pois esse sistema econômico atual não vai nos garantir vivermos enquanto espécie, e por isso precisamos começar a transformar as coisas hoje, é urgente. Então, estar envolvida nisso e ser reconhecida por isso só aumenta a minha responsabilidade. Ainda assim, é uma grande alegria estar do lado de mulheres tão incríveis nessa lista. Acho que todas somos vencedoras, no dia a dia, já que estamos dedicando nossos seus talentos pelas causas que acreditamos”, afirma.

Ela afrima esperar que as pessoas reconheçam e sintam curiosidade sobre sua atuação em pautas de impacto social a fim de fazerem parte dessa mudança. “Quero que isso sirva de inspiração e possamos abrir caminhos para outras pessoas conhecerem novas formas de fazer negócios. Fico feliz com o reconhecimento, mas fico mais feliz ainda por poder trazer essa pauta, por levar essa bandeira e poder abrir portas para mais pessoas poderem conhecer, porque, na verdade, os desafios são enormes e precisamos, sim, montar um exército de empreendedores sociais para conseguir mudar o nosso sistema econômico, tornando-o mais justo e equilibrado para todos. Esse é o meu objetivo, o que me faz acordar todo dia de manhã com alegria e empolgação”, finaliza.

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