1 jul 2020 | Moda
A Isla é uma grife mineira, fundada há 11 anos por Silvia Monteiro em Belo Horizonte, e que se destaca pelas bolsas e clutches únicas e atemporais. Você pode até não ter ouvido falar no nome da marca, mas com certeza já viu as peças desenvolvidas por Silvia, com uma pegada fun e que sempre se destacam no look de celebridades e famosas.
Em entrevista ao Site MT, Silvia, que faz a coordenação da diretoria criativa da empresa, reforça que apesar da curta trajetória, a Isla já tem três lojas físicas e está presente em mais de 400 multimarcas no Brasil, inclusive em Fortaleza, na Meia Sola. Mesmo tendo forte atuação no mercado digital, a marca, assim como todo o mercado da moda, teve que se dedicar ainda mais ao formato com a chegada da pandemia.
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“A maior dificuldade foi a mudança de hábito de consumo das pessoas, então isso nos impactou diretamente, pois as festas foram postergadas e os eventos sociais foram praticamente todos cancelados. Acabamos diminuindo muito as vendas em função disso. Criamos, então, descontos temporários, em que quase todos são voltados a uma causa social de doação”, conta ela, sobre a estratégia utilizada pela empresa.
“As vendas no digital cresceram muito nesses dois meses, claro que a gente ainda têm muitas melhorias para fazer e estamos nos dedicando muito a esse projeto. Enquanto isso, estamos tentando converter as equipes físicas para o human chanel que já vinha muito forte e agora se tornou uma necessidade urgente e imediata”, acrescenta.
A Isla iniciou a partir de uma necessidade de Silvia, que buscava bolsas que fugissem do padrão principalmente para o segmento de festa, nicho que não era muito explorado pelas marcas até então. “Há um tempo as pessoas tinham o costume de pedir bolsa emprestada porque não encontravam o acessório no mercado à altura das roupas de festa. Elas, então, recorriam a peças antigas, uma coisa mais de família”, conta Silvia.
Foi então que ela criou uma coleção, e a aceitação foi tão expressiva que logo virou um negócio. A Isla nasceu para as festas, mas hoje as peças da marca vão bem em diversas ocasiões, desde praia até compromissos do dia dia. “No ponto de venda a pessoa opta por uma peça que dê a ela uma amplitude de uso, então isso justifica o investimento. Sempre pensamos em criar condições, junto com o design em si da bolsa, para que o acessório transcenda a festa e possa ir além. A gente sempre pensa para que isso seja um grande diferencial da marca”, argumenta Silvia.
Outro detalhe que encanta é a matéria-prima utilizada na confecção dos produtos. A marca, aliás, prima pelo processo manual e artesanal. “Temos uma ligação muito forte com técnicas antigas, que temos uma dificuldade grande em encontrar no Brasil. Então, por exemplo, o trabalho de marchetaria, que fazemos com a madrepérola e a madeira, que está em extinção no País, muitas vezes temos de fazer lá fora”, exemplifica.
O tecimento com fibras naturais, em que é feito tingimento sem uso de nenhum aditivo químico, também é feito fora do Brasil, acrescenta ela. “Hoje estamos fazendo muita coisa na Colômbia desse trabalho de material de fibra. É muito interessante esse trabalho, em especial, com uma comunidade de mulheres em que algumas são refugiadas da Venezuela. Incentivamos o máximo que pudemos o trabalho de pequenas comunidades. É um diferencial que a gente se apoia desde o início e que hoje está muito forte e muito valorizado pelo consumidor.”
Com clientes internacionais, inclusive nos Emirados Árabes, Japão e até nos Estados Unidos, Silvia planeja para o futuro dominar o mercado europeu. “Já fizemos um showroom em Paris, onde muita gente conheceu nossa marca, e em um determinado momento tivemos que voltar para o nosso foco, já que o nosso olhar é uma empresa pequena e que demandava muito de mim. Espero que em um futuro bem próximo a gente volte a exibir nossas coleções em um showroom europeu“, projeta.
A diretora criativa confessa que antes da pandemia estava trabalhando em vários projetos, inclusive em expandir fisicamente a marca. No entanto, devido à crise, admite que os planos mudaram. “Acho que tudo vem para amadurecer e apurar ainda mais o que a gente tinha projetado, que é o crescimento das lojas físicas em todo o País, a começar pelos grandes centros”.