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Estratégia ideal é testar as pessoas e depois isolar, defende ex-diretor do Banco Central

2 abr 2020 | Poder

Por Jéssica Colaço

O isolamento social adotado por diversos governos ao redor do mundo tem sido a estratégia mais indicada para combater a rápida propagação do novo coronavírus, mas a medida impõe sérios impactos à economia. Além disso, o possível fim do isolamento poderia fazer voltar a crescer a curva de contágio entre as pessoas, e a economia sofreria mais uma queda abrupta, entrando em ciclos de decadência. “A epidemia cai, a população relaxa e a taxa sobe de novo, e pode ser que tenhamos várias ondas de epidemia. A alternativa a esse cenário é passar a testar e então confinar imediatamente as pessoas que tenham coronavírus”, argumentou o economista chefe do UBS para o Brasil e ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon.

A afirmação foi durante a participação de Tony, nesta quinta-feira (2), de debate online promovido pelo Lide Ceará, com a presença ainda do CEO da C&A, Paulo Corrêa.

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“Se entrarmos em junho com essa capacidade de testar e confinar, podemos ter queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,5%. Dado o tamanho do estrago, não será mau resultado. Mas se não conseguirmos e passarmos pelas várias ondas de epidemia, a queda pode ser de 4% a 5%”, projeta o economista.

Ainda segundo Volpon, embora o Brasil tenha demorado a entender o que é o coronavírus e se mobilizar no combate, as medidas econômicas anunciadas recentemente estão corretas. Mas a velocidade com que auxílios financeiros devem chegar até a ponta da cadeia econômica, pondera ele, é um item de preocupação. “É a questão da morosidade e burocracia. Nenhum desses programas colocou dinheiro na ponta, corona voucher não chegou nas pessoas ainda”, destaca.

Essa morosidade na distribuição dos recursos liberados pelo governo pode ter ainda outra barreira, que é chegar na massa de trabalhadores informais do País, segundo Volpon. “Sabemos que várias pessoas do mercado informal não têm conta no sistema bancário, não têm cadastro único, mas têm maquininha de cartão de crédito. Então vamos usar esse sistema de pagamento para fazer o dinheiro chegar na ponta, pensar fora da caixa”, sugere o economista.

Imersão digital

O encontro digital do Lide contou ainda com a participação do CEO da C&A, Paulo Corrêa, que abordou as transformações que empresas e consumidores terão nesse período. “Nosso normal pós-crise será mais digital e colaborativo, e o cliente será diferente pós-corona”, disse Paulo, que teve de fechar 300 lojas da empresa varejista durante a quarentena.

A compensação, segundo ele, tem ocorrido no e-commerce, cujo crescimento soma três dígitos, e onde a empresa tem trabalhado para inserir os colaboradores que eram das lojas físicas e ampliar a experiência de compra do cliente. “Estamos estendendo a linha de produtos para que a experiência seja mais robusta. Por exemplo, disponibilizando o estoque inteiro da loja no que chamamos de corredor infinito”, descreve Paulo.

Mediado pela presidente do Lide Ceará, Emília Buarque, o encontro contou ainda com a participação dos associados e parceiros Edson Queiroz Neto, Beto Studart, Deusmar Queirós, Danísio Barbosa, Ivo Machado e Fabiana Oscari-Bergs.

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