4 jul 2020 | MT Life
O período de distanciamento social ocasionou mudanças de hábitos, entre eles os alimentares, e algumas pessoas se tornaram mais saudáveis na quarentena, já outras, não. De acordo com o nutricionista Daniel Coimbra, o consumo excessivo de comidas pode ser decorrente de uma série de emoções, como ansiedade e estresse, e manter uma dieta rica em proteínas ajuda no controle destas.
Ele avalia que é preciso ficar atento aos gatilhos mentais, que direcionam à “fome emocional”, quando a comida é usada como válvula de escape para lidar com as emoções, como ansiedade, estresse, tédio, angústia, tristeza, entre outras. “A alimentação deve ser prazerosa, mas não a única ou principal fonte de prazer. Um exemplo seria quando você está com fome, mas é específica de uma panela de brigadeiro, que um prato de comida não saciaria”, explica.
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Alimentos que evitam a ansiedade e o estresse, por Daniel Coimbra
A “fome fisiológica”, diferencia, é natural, uma vez que mostra que é preciso nutrir o organismo com comida, e, normalmente, avalia, a pessoa sabe se deseja um prato de comida ou uma salada de frutas com granola, por exemplo.
“Para auxiliar no controle, quando estiver com fome, se pergunte se o organismo precisa dos nutrientes dos alimentos ou se você deseja usar a comida como um conforto para lidar com as emoções. Distraia a mente, beba água, chá e reflita sobre essa fome. É importante que você se ‘policie’ e esteja atento aos motivos que lhe levam a comer“, destaca.
Um estudo desenvolvido no Hospital Universitário de Barcelona, na Espanha, revelou que 38% dos pacientes apresentaram piora dos sintomas alimentares no distanciamento social, e 56% evidenciaram aumento da ansiedade e estresse, elevando o risco de “beliscar” alimentos o dia todo.
Daniel Coimbra explica que a privação do ir e vir, devido à quarentena imposta para evitar a proliferação do novo coronavírus, gerou medo e insegurança em algumas pessoas, e aumentou a ansiedade e o estresse, e comprometeu a alimentação, que, pontua, tem “um cunho emocional enraizado”.
“Além de toda essa desregulação, o quadro que temos na quarentena é um ambiente obesogênico, repleto de facilidade no consumo alimentar, da oferta e produtos extremamente calóricos e pobres em nutrientes, do excesso de tempo ocioso, aumentando o ato de “beliscar” por tédio. Ainda, associado a isso, temos um nível de sedentarismo nunca visto na história. Nossas atividades básicas diárias foram limitadas, e tudo isso favorece o aumento do consumo alimentar”.
Uma alimentação rica em proteínas, afirma, promove um equilíbrio fisiológico que auxilia a controlar a ansiedade, o estresse, aumenta a saciedade. A ingestão controlada de carboidratos, como evitar o consumo excessivo de açúcar e farinhas brancas, por exemplo, favorece o controle glicêmico e diminui os picos de insulina, que aumentam o desejo por massas e doces.
Conforme o nutricionista, é importante dar preferência para as gorduras poli e monoinsaturadas e reduzir as saturadas, aumentando o poder anti-inflamatório da dieta. Ele aconselha também adequar o consumo dos micronutrientes e compostos bioativos, presentes em frutas, folhas verdes e legumes, bem como ingerir água.
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“Uma dieta saudável inclui, além da alimentação nutritiva e equilibrada, o cuidado com a mente, nutrindo-a com bons pensamentos. Afinal, nossa dieta é muito além do que comemos, de acordo com a etimologia, representa o nosso modo de viver. Manter uma alimentação adequada e uma regularidade nas refeições permite acalmar a mente e aliviar o estresse“.